15 junho 2009

Eyes Wide Open!

Por mais que queira evitar o tema do desaire eleitoral da passada semana, obrigam-me a não poder. E não posso porque me chocam as faltas de humildade e de verdade e a consequente snobeira que delas advém.
É que, ao cabo de uma semana, continuamos a ouvir falar da vitória do partido dos secos por oposição à derrota do partido dos molhados.
Por favor! Já que o descrédito do povo no sistema partidário chegou ao ponto a que chegou seria bonito admitir que todos perderam, apenas uns mais que os outros.
Mas não! Gargarejam-se umas merdas de umas teorias de acordo com as quais o saloio do português não entende a Europa e a importância destas eleições na sua vidinha, ou que o calendário foi o grande responsável dado o número de feriados, pontes e mais o sol e o bom tempo que ainda iria chegar. Podem ainda acrescentar-lhe a quantidade de portugas que toma xanax para aguentar as agruras da vida mais aqueles que ainda só dão no valdispert, estando todos demasiado adormecidos, e reunem todos os argumentos que justifiquem uma abstenção de quase 70%.
Pois eu, por mim, APETECE-ME DIZER ALTO E BOM SOM QUE NÃO FUI VOTAR PORQUE NÃO QUIS E QUE NÃO QUIS PORQUE NÃO ACREDITO NOS ACTUAIS POLÍTICOS que não me esclarecem nada sobre coisa nenhuma.
Será que pensam mesmo que somos cretinos?
É que eu ando na valeriana sim, mas temo que este discurso de vitória, ouvido como um disco riscado, acabe por funcionar como uma inevitabilidade, ainda que continuem a dizer absolutamente o mesmo ou seja, nada.

2 comentários:

8 e coisa 9 e tal disse...

Não votes cara múltipla.
É como as cascas das castanhas
fazem piolhos.

na prise és bestial disse...

O voto branco ou o voto nulo parecem-me formas mais eficazes de mostrar o que aqui escreveste.

Não compreendo o valor político da abstenção: no mesmo saco ficam pessoas que estão fartas de não acreditar nos políticos, pessoas que se estão a borrifar mas que mais tarde reclamam alto sobre o que acontece, pessoas que ignoram que o voto é um dos mais fundamentais direitos de que dispomos enquanto cidadãos.

É uma pena que se esqueça tantas e tantas vezes que o voto é um privilégio. E que foi uma conquista historica muito recente. E que em muitos países é inexistente ou uma ficção.