10 julho 2008

Gavetas

Quando eu tinha catorze anos o futuro era um país do outro lado do mundo. Lembro-me de tentar imaginar como seria a minha vida com vinte e oito anos e via-me casada, com filhos, algumas rugas, a vida organizada e muitas certezas. Os vinte e oito já passaram por mim e não fui nada disso. As gavetas que tinha inventado para arrumar o meu futuro continuam sem grande coisa lá dentro. Sobretudo aquela onde pensei que iria guardar as certezas.

4 comentários:

Anónimo disse...

Se já passou dos vinte e oito. Se ainda não tem a vida organizada. Se ainda não casou. (E ainda não chegaram as rugas, claro está) Então deixe contacto para futuro preenchimento de gavetas.

JPN disse...

lapidar. e unisexo, pelo que sei. e dá também para os trinta e os quarenta.


[e até dá para apanhar moscas. quer dizer, anónimos]

nove e tal disse...

eu gosto de gavetas. perfumadas de alfazema. e de sonhos.

sete e pico disse...

e eu gosto de desarrumar gavetas e voltar a arrumar tudo, inspirada no tetris e numa escala cromatica dregradé. Quando está tudo muito arrumadinho, desfruto dessa ordem milémtrica durante um tempo e depois volto a (des)arrumar. Nas gavetas como na vida...