Durante cerca de 10 anos, tive um peso constante, que oscilava entre os 58 e os 62 kg. Para a altura que tenho, o peso não chegava para me sentir com mais do que devia, mas também não me podia considerar propriamente magra. Isto entre os 20 e os 29 anos.
Depois, tive uma perda de peso vertiginosa e durante outros tantos anos - cerca de 7 - o meu peso manteve-se constante, entre os 51 e os 55 kg. Aqueles que me encontravam e que não me viam há muito não se coibiam de dizer 'ai que magra que estás', entre outros mimos. Nas fases em que estava mais escanzelada, não me apetecia muito sair só para não ter que ouvir os inefáveis comentários acerca do meu peso. No meu caso, sentia que havia uma associação entre a magreza, fealdade e falta de saúde.
A minha questão na altura era: porque que raio se comenta a magreza em alto e bom som, sendo que o inverso não é verdadeiro? A não ser que haja um nível de confiança grande, não é frequente ouvir-se dizer a alguém com uns quilos a mais 'ai estás tão gorda'. Este tipo de comentários roçam a grosseria e a má educação, são passíveis de ferir sentimentos e susceptibilidades. Ora, se no 'peito das magras também bate um coração', porque raio não existe um filtro social para os comentários em relação a estas? É uma questão que me coloco.
Acontece que neste último ano recuperei uns quantos quilos e voltei ao peso de há cerca de 7 anos. Quem me vê agora diz que estou 'com muito melhor aspecto' (muito embora olhem de esguelha para algumas 'carnes' mais protuberantes). Por outro lado, eu que andei tantos anos a 'esconder-me' por causa da magreza, tenho agora uns quantos 'problemas' com os quais não contava:
- passei do nº 34 para o nº 38. Praticamente toda a roupa que tenho não me serve: calças, t-shirts, calções, acho que só se safam as saias.
- não engordei proporcionalmente, ou seja os quilos a mais distribuíram-se por zonas que dispensava mais avantajadas.
- estou perante o seguinte dilema: renovo o guarda-roupa (o que me vai sair MUITO caro) ou tento perder os quilos que recuperei?
- porque é que nunca se está satisfeito com o que se tem, neste caso em concreto, com o aspecto físico?
Enquanto rumino estas questões, vou encolhendo a barriga e esticando o peito…
* ou 'Post de domingo à tarde não muito ou mesmo nada inspirado, já que o resto das múltiplas não posta desde 6ª feira e há que alimentar este monstro, onde é que elas andam, devem ter ido a banhos, enquanto espero o resultado das eleições para a CML, ouvi dizer que a participação nestas eleições rondava os 15-20%, mas eu não me sinto com responsabilidade nessa taxa fraquita, já que não votei uma vez que nunca mudei o meu local de recenseamento, embora já viva nesta cidade há 8 anos, devia ter vergonha na cara, mas antes vou ali à FNAC comprar um mp3 bem catita, mas melhor melhor pensado mesmo era ir comprar um ou dois pares de calças, mas eu detesto ir escolher roupa, portanto vai o mp3, que se lixe'.
5 comentários:
eu tb voto no mp3! as calças q se lixem
podes sempre aderir ao look gandhi.
aproveita mas é e muda o teu lugar de recenseamente, votar é muito importante, pelo menos é uma das formas que temos para poder contribuir para o estado das coisas em vez de depois nos queixarmos daquilo que andam a fazer...
E já agora, olha que às gordinhas também dizem: tás tão gorda!
tás tão gorda ou tás mais gorda é quase sempre dito de forma depreciativa e julgadora.
tás tão magra ou tás mais magra é quase sempre dito de forma positiva.
se repararem todas as top models da praça contam a história do patinho feio...todos me gosavam, chamavam-me olívia palito e canivete..... e depois lançam aquele olhar de cisne para a câmara....
mãos de veludo, é isso mesmo, o mp3, as calças q se lixem!
na prise, ghandi look? não me parece. too much freak for me, já sabes...
sete, tens razão, tens razão... mas é que tenho uma vantagem de peso (como aqueles que ganhei) q depois te conto.
chofera, 'tás tão magra é tão mau como ouvir 'tás tão gorda. dito de forma positiva? nem penses!
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