09 julho 2007

Monólogos a dois

Ela estava sentada calada quase imóvel com um sorriso seráfico. Quem a visse quase acreditava que ouvia o que homem à sua frente dizia, qualquer coisa indistinta sobre mudanças de casa e separações. Ele terminou. E ela regressou à história das férias na ilha do pacífico e às aventuras nos corais.

Serão todas as conversas pouco mais do que monólogos a várias vozes?

5 comentários:

Mãos de Veludo disse...

eu acredito que sim...

sete e pico disse...

é bem verdade que às vezes parece que necessitamos de alguém só para nos podermos ouvir a nós próprias/os...

na prise és bestial disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
na prise és bestial disse...

O que a honestidade radical mudaria:
Importas-te de parar com essa conversa? Não me interessa nada a casa que compraste e a tua ex-mulher. O que eu quero mesmo é mostrar como sou interessante, cosmopolita, viajada, e levar-te para a cama logo que este jantar medonho acabe. Tudo o resto é conversa. Da treta.

director disse...

Mais radical ainda seria:

"Cala-te. Quero ir para a cama contigo.
Quero lá saber da casa, da ex-mulher, do jantar ou mesmo de te mostrar que sou interessante, cosmopolita e viajada"