Para além da tristeza das notícias da partida do Bergman e do Antonioni, não posso deixar de pensar na minha mãe. Foi ela que me fez ver todos os seus filmes e me ensinou a apreciá-los. Fico um bocadinho mais triste por ela também; gosto de pensar que se encontraram.
(estou a ver a sua cara de desdém para o blow out, pffff)
Se eu fosse fadista só saberia cantar ao desafio. É aí que me sinto em casa. A desgarrada é o meu mundo. É por isso que eu passo a vida a roubar os meus próprios posts daqui e dali (e até de mails) e a pôr no meu blog. Vocês continuem a gerir esta casa de fado, que nos prestam um belo e inestimável serviço. Eu sou aquele tipo na assistência ali ao fundo, de lenço castiço e óculos escuros, que de vez em quando não resiste e se levanta para responder ao último fadinho. Frequenta apenas casas de fado seleccionadas. Gosta dos clássicos. Chora com a Amália. Estremece com o Carlos paredes. Venera o Carlos do Carmo. Odeia fado de Coimbra. E quando o ritmo esmorece amanda uma boca ao guitarrista à moda da Herminia Silva. "Anda Pacheco...".
eu cá é mais alfredo marceneiro. e o GRANDE Camané.
morei em alfama durante um período da minha vida e lá eles diziam nos tascos de fado vadio uma expressão que adoro:
'ah boca linda'!
p.s. e, claro, a igualmente GRANDE Milu Ferreira. quem não a viu no seu tasco nas escadinhas da bica perdeu grande espectáculo. tudo fazia sistema: desde a sombra azul eléctrico e cabelo louro oxigenada da Milu, com as baratas que subiam parede acima. those were the days...
Aqui há uns anitos quis mostrar o Blow-up do Antonioni a um amigo que nunca o tinha visto, exactamente numa dessas reposições do King,não só pela genialidade crúa do filme mas também pela graça de lá ver aparecer uma banda formada por gigantes como jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton, para quem não sabe, os The Yardbirds. Tudo a correr para o King que se já fazia tardee reparamos que a sala já estava cheia e que o filme já tinha começado, entramos a correr para nos sentarmos e fico com pena de termos perdido logo o ínicio. O meu amigo parece muito confuso com a história e ao fim de dez minutos olha para mim incrédulo que estou enfiada na cadeira, com um ataque de riso daqueles. É que os créditos finais já estão a passar no ecran. Tínhamos chegado não atrasados ao KIng, como pensávamos mas cedo demais e tínhamos entrado pela sessão anterior "adentro"... Já não o consegui convencer a ver o filme do príncipio outra vez...
7 comentários:
i´m gonna get myself connected
Outra morte que me deixou comovido:
http://manyfaces.blogs.sapo.pt/10859.html
Para além da tristeza das notícias da partida do Bergman e do Antonioni, não posso deixar de pensar na minha mãe. Foi ela que me fez ver todos os seus filmes e me ensinou a apreciá-los. Fico um bocadinho mais triste por ela também; gosto de pensar que se encontraram.
(estou a ver a sua cara de desdém para o blow out, pffff)
pois...
bergman partiu tb. terá sido do mesmo modo tranquilo? é uma injustiça, todos deveríamos partir da mesma forma que antonioni - tranquilamente.
p.s. manyfaces, folgo em saber que começaste a postar regularmente. os teus comments dariam/dão postas antológicas.
gosto do q escreves.
keep on!
Se eu fosse fadista só saberia cantar ao desafio. É aí que me sinto em casa. A desgarrada é o meu mundo. É por isso que eu passo a vida a roubar os meus próprios posts daqui e dali (e até de mails) e a pôr no meu blog. Vocês continuem a gerir esta casa de fado, que nos prestam um belo e inestimável serviço. Eu sou aquele tipo na assistência ali ao fundo, de lenço castiço e óculos escuros, que de vez em quando não resiste e se levanta para responder ao último fadinho. Frequenta apenas casas de fado seleccionadas. Gosta dos clássicos. Chora com a Amália. Estremece com o Carlos paredes. Venera o Carlos do Carmo. Odeia fado de Coimbra.
E quando o ritmo esmorece amanda uma boca ao guitarrista à moda da Herminia Silva. "Anda Pacheco...".
eu cá é mais alfredo marceneiro. e o GRANDE Camané.
morei em alfama durante um período da minha vida e lá eles diziam nos tascos de fado vadio uma expressão que adoro:
'ah boca linda'!
p.s. e, claro, a igualmente GRANDE Milu Ferreira. quem não a viu no seu tasco nas escadinhas da bica perdeu grande espectáculo. tudo fazia sistema: desde a sombra azul eléctrico e cabelo louro oxigenada da Milu, com as baratas que subiam parede acima. those were the days...
Aqui há uns anitos quis mostrar o Blow-up do Antonioni a um amigo que nunca o tinha visto, exactamente numa dessas reposições do King,não só pela genialidade crúa do filme mas também pela graça de lá ver aparecer uma banda formada por gigantes como jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton, para quem não sabe, os The Yardbirds.
Tudo a correr para o King que se já fazia tardee reparamos que a sala já estava cheia e que o filme já tinha começado, entramos a correr para nos sentarmos e fico com pena de termos perdido logo o ínicio. O meu amigo parece muito confuso com a história e ao fim de dez minutos olha para mim incrédulo que estou enfiada na cadeira, com um ataque de riso daqueles. É que os créditos finais já estão a passar no ecran. Tínhamos chegado não atrasados ao KIng, como pensávamos mas cedo demais e tínhamos entrado pela sessão anterior "adentro"...
Já não o consegui convencer a ver o filme do príncipio outra vez...
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