"E se de repente todos começássemos a dizer a verdade e nada mais que a verdade a tudo e a todos?"
O movimento de honestidade radical nasceu nos EUA tendo como mentor um sexagenário pesicoterapeuta, Brad Blanton que afirma que a felicidade plena só pode ser atingida dizendo a verdade a todo o momento, livrando-nos do filtro que existe entre o nosso cérebro e a nossa boca e dizendo tudo o que pensamos como pensamos a toda e qualquer pessoa, em qualquer momento e a toda a hora.
Depois de ler este artigo da revista focus deixei a minha mente flutuar pelos recantos do passado e fui-me lembrando de todas aquelas situações mundanas, íntimas ou casuais por que passei e imaginei-me a ter seguido este belo conselho ao invés de ter escamoteado os meus pensamentos verdadeiros sobre variadíssimos assuntos. Por exemplo, deveria ter dito ao guarda que me passou aquela multa indecente, para ele ir mas é limpar o grande macaco que lhe estava a sair por um narina em vez de estar ali a chatear a malta com figuras tristes? Deveria, por exemplo, ter dito àquele gajo ao meu lado na cama, ouve lá, vê lá mas é se te despachas tu mais o teu sexo tântrico de bolso e te vens duma vez que eu tou a passar a maior seca da minha vida? Deveria mandar à merda todos os funcionários da repartição de finanças sempre que lé meto os pés? Deveria agarrar todos os supostos amigos pelos ombros e dizer-lhes para enfiarem o sorriso pelo cu dentro ao invés de os ter ignorado?
Deixo o repto para lançarem aqui a vossa opinião sobre este assunto. Quanto a mim, acho que o psicoterapeuta de meia idade que lançou este movimento deve estar neste momento a viver dentro dum quarto trancado de cara pintada de preto e com a cabeça a prémio. Subscrevo as palavras de uma das queridas múltiplas, "Honestidade radical é pior que gás pimenta".
O movimento de honestidade radical nasceu nos EUA tendo como mentor um sexagenário pesicoterapeuta, Brad Blanton que afirma que a felicidade plena só pode ser atingida dizendo a verdade a todo o momento, livrando-nos do filtro que existe entre o nosso cérebro e a nossa boca e dizendo tudo o que pensamos como pensamos a toda e qualquer pessoa, em qualquer momento e a toda a hora.
Depois de ler este artigo da revista focus deixei a minha mente flutuar pelos recantos do passado e fui-me lembrando de todas aquelas situações mundanas, íntimas ou casuais por que passei e imaginei-me a ter seguido este belo conselho ao invés de ter escamoteado os meus pensamentos verdadeiros sobre variadíssimos assuntos. Por exemplo, deveria ter dito ao guarda que me passou aquela multa indecente, para ele ir mas é limpar o grande macaco que lhe estava a sair por um narina em vez de estar ali a chatear a malta com figuras tristes? Deveria, por exemplo, ter dito àquele gajo ao meu lado na cama, ouve lá, vê lá mas é se te despachas tu mais o teu sexo tântrico de bolso e te vens duma vez que eu tou a passar a maior seca da minha vida? Deveria mandar à merda todos os funcionários da repartição de finanças sempre que lé meto os pés? Deveria agarrar todos os supostos amigos pelos ombros e dizer-lhes para enfiarem o sorriso pelo cu dentro ao invés de os ter ignorado?
Deixo o repto para lançarem aqui a vossa opinião sobre este assunto. Quanto a mim, acho que o psicoterapeuta de meia idade que lançou este movimento deve estar neste momento a viver dentro dum quarto trancado de cara pintada de preto e com a cabeça a prémio. Subscrevo as palavras de uma das queridas múltiplas, "Honestidade radical é pior que gás pimenta".
8 comentários:
Hmmmm. É pena que os protagonistas da história anterior não sejam seguidores da honestidade radical.
repito aqui o q disse noutro sítio, só me ocorre uma frase "The horror, the horror".
Estaria talvez mais próximo de um movimento da desonestidade radical...
A nossa maravilhosa complexidade não se compadece com honestidades radicais. Começa por ser difícil ser radicalmente honesto consigo próprio... com os outros então seria um pesadelo:
"Não fui promovido porque é certo e sabido que sou uma merda. E para que fique radicalmente claro vou ali dizer isto mesmo ao meu chefe antes que me falte a coragem..."
E com este exemplo, que levaria o protagonista à depressão e ao desemprego, fica enterrado o dito movimento. RIP
aconselho que leiam as FAQ da honestidade radical. Encontram-se pérolas deste calibre:
"If the person's outstandingly ugly, then that's an issue I'm certainly going to bring up to talk about right off. I would say, "I think you look kind of ugly and this is what I think is ugly. I think that big wart on the left side of your face is probably something that puts people off and that you don't have much of a love life, is that true?"
ou
"Say "I resent you for..." and be specific about what visible, audible part of their reaction you resent. People can actually get furious at other people and get over it in 15 or 20 minutes. People can avoid being angry at someone else for 10 or 15 or 20 years, and if they actually got angry at them, they'd probably get over it in half an hour."
o senhor põe no mesmo barco mentir e omitir, que como se sabe são coisas bem diferentes. Mentiras só mesmo as piedosas, e mesmo essas saem-me mal. Vou fundar o movimento dos honestos relativos.
Ver aqui, por exemplo,
http://livratemundo4.blogspot.com/2007/04/as-cinco-dificuldades-para-escrever.html
o que Brecht escreveu sobre o assunto (As 5 dificuldades para escrever a verdade)
A CORAGEM DE DIZER A VERDADE
A INTELIGÊNCIA DE RECONHECER A VERDADE
A ARTE DE TORNAR A VERDADE MANEJÁVEL COMO UMA ARMA
DISCERNIMENTO SUFICIENTE PARA ESCOLHER OS QUE TORNARÃO A VERDADE EFICAZ
HABILIDADE PARA DIFUNDIR A VERDADE
a inteligência de reconhecer a verdade é cortante, mas a do discernimento é brilhante!
E imaginem lá se os senhores e senhoras da ONU de repente aderissem todos a este movimento?
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