28 abril 2007

Sexo por obrigação consentido

A propósito do documentário de ontem, lembrei-me de pesquisar sobre BDSM. Pensei no paradoxo do costume, o que para alguns é um suplício para outros será um prazer desejado.
Não é novidade para ninguém; o Marquês de Sade no século VIII e o Sacher-Masoch no séc. XIX ficaram de tal forma famosos por escreverem sobre estes temas que deram nome aos termos sadismo e masoquismo.
Encontro uma página bem explicativa na wikipedia, e apartir dessa descubro que até o google tem um motor de busca específico para esse tema. Não será então uma coisa assim tão insólita.
A coisa pode-se passar a vários níveis, descubro. O mais soft entra em jogos de poder, uma pessoa abdica da sua iniciativa para que outra tome o controle, psicologica e fisicamente. Mais à frente, esse jogo de poder pode incluir restrição de movimentos e deprivação de sentidos, uma prisão consentida dentro do jogo sexual para aumentar o prazer sensual. O nível mais forte inclui a aplicação de dor das mais variadas maneiras - chicotadas, chibatadas, espancamentos, pendurar as pessoas, encoleirá-las, humilhá-las.
Ao longo do texto vamos sempre encontrando referências à necessidade de estas coisas se passarem entre adultos consentâneos, para que o jogo se possa de facto entender como tal. Pode incluir simulação de situações mais variadas, desde a representação de papéis à violação, mas sempre com todas as partes a desejarem a adrenalina e o prazer que daí decorre.
Lembro-me de um filme com o Nicholas Cage, 8mm, em que uma mulher descobre um filme hard core sado maso entre os pertences do marido morto, em que parecia ter ocorrido o homicídio da rapariga envolvida no cenário grotesco para prazer dos carrascos envolvidos e dos espectadores do dito. Nicholas Cage é o detective privado que vai à procura da verdade por detrás daquele filme, entrando numa viagem alucinante pelo mais obscuro que esse mundo pode ter.
Creio que os homens interessados em pagar para ter sexo com mulheres que não o desejam representam uma forma mais que distorcida destes jogos entre adultos. Alguns deles até se devem convencer de que no fundo no fundo elas gostam do mal que lhes fazem, que não pode deixar de ser assim. Outros devem ter prazer com essa realidade, poder gozar de uma violação sem sofrer os castigos legais que daí decorrem. Outros ainda devem-se estar pura e simplesmente a marimbar, querem praticar uma forma de onanismo assistido.
Não me parece que existam formas correctas ou erradas de gozar a sexualidade, mas há uma regra que para mim é fundamental. As partes envolvidas (sejam lá quantas ou de que género forem) têm de ser adultos com vontade. Tudo o que saia disso para mim constitui como uma terrível aberração humana.

1 comentário:

sete e pico disse...

concordo inteiramente!