31 julho 2007
Uma morte tranquila
Ler para crer
30 julho 2007
Comida viva
Sweet oblivion
Ela ali ao meu lado, a mostrar-me como era fácil não ser ela ali ao meu lado se fechasse os olhos por um instante e se deixasse levar na corrente daquela brisa que passava pelos nossos cabelos e simplesmente fosse...com retorno, sem retorno, infinitamente solta de quaisquer amarras.
Ela ali ao meu lado prestes a deixar-se cair.
Ela ali ao meu lado e eu agarro-lhe a mão porque sei que ela quer ir.
Ela ali ao meu lado a agarrar a minha mão porque quer ficar.
Derreter
29 julho 2007
27 julho 2007
Agenda cultural
Pior é impossível
Got a secret
Uma história exemplar
Um dia, acidentalmente, engoliu uma mosca.
Tempos mais tarde, a contra gosto, teve que engolir um sapo. Tomou um alkazeltzer para facilitar a digestão.
Outro dia, por curiosidade, resolveu engolir um coelho. Para o tirar de lá de dentro foi o cabo dos trabalhos, tiveram que chamar um mágico.
Mas nada a fazer, tinha tomado o gosto pela deglutição de animais. Começou a frequentar diariamente o zoo: nesse período engoliu um macaco, um koala, um pica-pau e até uma jibóia.
Depois passou a animais de porte maior: marcharam um tigre, um gorila, uma ema e um golfinho.
Bastava abrir a boca para se ouvir a selva lá dentro.
Um dia, resolveu concretizar o seu sonho supremo: engolir um rinoceronte. Assim o fez, mas aquele animal caiu-lhe mal. Ficou com azia e foi parar ao hospital.
Depois de libertos os animais, chamaram o psiquiatra de plantão. Prescreveu-lhe medicação e terapia. Passou a ir lá 4 vezes por semana.
Deixou de engolir animais, estava curado.
Morreu de tédio.
Vê-se mesmo que é 6.ª à tarde
Ele há com cada surpresa....
"Porto, 27 Jul (Lusa) - O candidato à liderança do PSD Luís Filipe Menezes afirmou hoje que a constante queda de popularidade do partido e do seu líder, Marques Mendes, nas sondagens foi uma das principais razões que o levaram a candidatar-se.
"É por isso que sou candidato. Se o PSD estivesse numa situação confortável (perante a opinião pública), eu não seria candidato", afirmou Menezes, em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Hospital S.João."
26 julho 2007
abaixo os rótulos!!
Jornalista: Are you a Modern or a Rocker?
Ringo: huh....i'm a mocker.....
25 julho 2007
O creme compensa
24 julho 2007
Receita para exterminar entusiasmos de verão
É impressionante
23 julho 2007
Frilance
Perspectivas
Uma vezes pensa-se com voz desesperada: raiaspartam, tudo sempre espalhado, nunca nada está no sítio, e apanha-se tudo rapidamente para guardar no sítio, grunhindo sempre.
Outras vezes pensa-se com voz embevecida: olha o noddy e o livro do popas, é tão lindo o meu mémé!!...e apanham-se os brinquedos com ternura, guardando-os no seu sítio.
Ainda outras vezes, recolhe-se tudo maquinalmente enquanto se pensa aceleradamente em como o Terceiro Sector se deveria coordenar para fazer lobby junto das agências financiadoras para poder garantir o fortalecimento da sua estrutura organizativa e promover assim políticas de conciliação entre o trabalho e as outras esferas da vida para os homens e as mulheres trabalhadoras......
dos blogues e da vida
22 julho 2007
à manhã
Assobia e disfarça
Obrigadinha, disse a senhora.
De nadinha, respondeu o miúdo.
20 julho 2007
19 julho 2007
exame de consciência
18 julho 2007
Alvíssaras a quem a encontrar
E andamos nós muito contentes com as lâmpadas de baixo consumo da EDP....
17 julho 2007
O estado a que chegámos
Que descolorirá
Aquarela de Toquinho, uma linda canção que sempre me faz ter presente o belo e o étereo da nossa vida. Aqui fica música e letra.
Nova Carta de Direitos Humanos (II)
Mas o que aqui se pretende é sugerir amavelmente à excelentíssima senhora professora doutora, plebeia e precária sociedade, que abra espaço para que se instaure, tanto na vida quotidiana como na lei, e se possível na constituição, como também na Nova Carta de Direitos Humanos, o direito de cada pessoa, independentemente do seu sexo, género, idade, religião, orientação política, partidária ou sexual, a espreguiçar-se livremente onde lhe dê na gana, a respirar tranquilamente, a esticar o corpo sentindo-o músculo por músculo, pedacinho por pedacinho, a reencontrar o seu ritmo interno e só depois então continuar com o que estava a fazer antes desse momento precioso, único, que é o acto de espreguiçar.
16 julho 2007
Eleições
Tudo tem um porquê
É proibido, mas pode-se fazer...
Oitoecoisa: Os senhores desculpem, mas venho aqui tirar uma dúvida. Afinal é proibido ou não é dar comida aos animais?
Eles: Proibido não é, o que se passa é que não se pode dar qualquer comida..
O: Então mas porque é que estão ali os cartazes a dizer Proibido dar comida aos animais?
E: Ah, isso é porque há pessoas que às vezes trazem comida estragada ou como outro dia, que estava um homem a dar uma sardinha frita a um cavalo, coitadinho do bicho até podia morrer! E assim com a tabuleta a gente pode proibir.
O: Percebo, então está escrito que não se pode dar comida, mas pode-se dar alguma comida desde que não esteja estragada. E como é que vocês controlam isso?
E: Ó menina, a gente vê...
O: E conseguem sempre ver? E se alguém traz alguma coisa estragada e vocês não vêm?
E: Em geral vemos sempre..
O: Então porque é que não escrevem no cartaz que só se pode dar algum tipo de comida específico, ou escrevem para primeiro consultar-vos antes de dar comida?
E: Porque assim tinhamos mesmo de proibir e coitadinhas das criancinhas, ficam tão felizes a dar comida aos bichos....
O: Compreendo que seja para o bem das criancinhas, mas digam-me uma coisa, os animais podem comer a todas as horas do dia?
E: Bem, poder não podem, porque eles se alguém lhes dá comida estão sempre a comer e isso não é bom, eles deviam comer como nós, três vezes por dia.
O: Compreendo. Então é bom para as criancinhas mas não é bom para os animais. Já agora, digam-me outra coisa, o que acham os senhores do facto de darmos duas mensagens diferentes e contraditórias às crianças? Por um lado escrevemos a regra em toda a Quinta, que como vocês disseram até tem razão de ser, por outro dizemos-lhes que essa regra não é para ser cumprida, pois toda a gente dá comida aos animais e vocês deixam desde que não esteja estragada, pelo bem das criancinhas. Estamos já a ensinar-lhes que as regras são uma mera referência, não são para ser cumpridas...
E: Pois, desde esse ponto de vista a menina até tem razão, se calhar devia-se pensar noutra forma de pôr a regra...
A conversa depois derivou sobre o estado do país e a nossa tendência para não cumprir regras, e o primo do porteiro que pagou uma multa por estar a falar ao telemóvel... Mas para mim foi bastante ilustrativa sobre a forma como assimilamos e reproduzimos as regras da nossa cidadania. As regras existem para ser cumpridas, mas só de vez em quando....
não sei porquê,
Silly Blogger
Já agora, gostava de saber como é que os astrólogos descalçaram a bota quando Plutão foi retirado do sistema solar, por não passar de um mero asteróide. Afinal não se atribuía à passagem deste ex-planeta a responsabilidade por hipotéticas adversidades e dificuldades? E agora? Quem carrega a culpa?
Já é a segunda vez que pergunto: onde é que está o livro de reclamações?
15 julho 2007
de crianças e votos
Encolhe a barriga e estica o peito*
Durante cerca de 10 anos, tive um peso constante, que oscilava entre os 58 e os 62 kg. Para a altura que tenho, o peso não chegava para me sentir com mais do que devia, mas também não me podia considerar propriamente magra. Isto entre os 20 e os 29 anos.
Depois, tive uma perda de peso vertiginosa e durante outros tantos anos - cerca de 7 - o meu peso manteve-se constante, entre os 51 e os 55 kg. Aqueles que me encontravam e que não me viam há muito não se coibiam de dizer 'ai que magra que estás', entre outros mimos. Nas fases em que estava mais escanzelada, não me apetecia muito sair só para não ter que ouvir os inefáveis comentários acerca do meu peso. No meu caso, sentia que havia uma associação entre a magreza, fealdade e falta de saúde.
A minha questão na altura era: porque que raio se comenta a magreza em alto e bom som, sendo que o inverso não é verdadeiro? A não ser que haja um nível de confiança grande, não é frequente ouvir-se dizer a alguém com uns quilos a mais 'ai estás tão gorda'. Este tipo de comentários roçam a grosseria e a má educação, são passíveis de ferir sentimentos e susceptibilidades. Ora, se no 'peito das magras também bate um coração', porque raio não existe um filtro social para os comentários em relação a estas? É uma questão que me coloco.
Acontece que neste último ano recuperei uns quantos quilos e voltei ao peso de há cerca de 7 anos. Quem me vê agora diz que estou 'com muito melhor aspecto' (muito embora olhem de esguelha para algumas 'carnes' mais protuberantes). Por outro lado, eu que andei tantos anos a 'esconder-me' por causa da magreza, tenho agora uns quantos 'problemas' com os quais não contava:
- passei do nº 34 para o nº 38. Praticamente toda a roupa que tenho não me serve: calças, t-shirts, calções, acho que só se safam as saias.
- não engordei proporcionalmente, ou seja os quilos a mais distribuíram-se por zonas que dispensava mais avantajadas.
- estou perante o seguinte dilema: renovo o guarda-roupa (o que me vai sair MUITO caro) ou tento perder os quilos que recuperei?
- porque é que nunca se está satisfeito com o que se tem, neste caso em concreto, com o aspecto físico?
Enquanto rumino estas questões, vou encolhendo a barriga e esticando o peito…
* ou 'Post de domingo à tarde não muito ou mesmo nada inspirado, já que o resto das múltiplas não posta desde 6ª feira e há que alimentar este monstro, onde é que elas andam, devem ter ido a banhos, enquanto espero o resultado das eleições para a CML, ouvi dizer que a participação nestas eleições rondava os 15-20%, mas eu não me sinto com responsabilidade nessa taxa fraquita, já que não votei uma vez que nunca mudei o meu local de recenseamento, embora já viva nesta cidade há 8 anos, devia ter vergonha na cara, mas antes vou ali à FNAC comprar um mp3 bem catita, mas melhor melhor pensado mesmo era ir comprar um ou dois pares de calças, mas eu detesto ir escolher roupa, portanto vai o mp3, que se lixe'.
13 julho 2007
Teste de gravidez online
- ler as instruções atentamente, com as mãos ligeiramente a tremer;
- retirar a tampa do teste e impregná-lo da necessária urina;
- colocar o teste em cima de uma superfície lisa:
- esperar os 5 minutos mais longos da vida;
- fumar vários cigarros, enquanto se roi as unhas;
- voltar ao local onde se colocou o teste e olhá-lo de esguelha;
- fumar mais um cigarro;
- pegar novamente nas instruções e ver a interpretação do resultado: 'se aparecer uma linha azul na janela maior, então é porque o seu teste é positivo e está grávida';
- dirigir-se muito lentamente em direcção ao teste, olhar para as duas janelas, respectivos riscos e...
[a tensão arterial desceu subitamente a oitoecoisa, que entretanto desmaiou, pelo que não pode divulgar o resultado agora. Pedimos desculpa pela interrupção, retomaremos a emissão assim que possível].
A cabra
Lisboa
- que houvesse uma ciclovia que ligasse todos os bairros de Lisboa, passando pelas bibliotecas municipais, devidamente construída, sinalizada e arborizada.
- que os jardins de Lisboa fossem recuperados, outros novos construídos e todos tivessem parques de estacionamento para bicicletas, caixotes de lixo e bebedouros em condições, animação cultural e actividades informativas ao nível da saúde.
- ver a Piscina dos Olivais recuperada e de novo devolvida ao uso público.
- que o Vale do Silêncio, o maior espaço verde público dos Olivais, fosse recuperado e dinamizado, que tivesse um mobiliário urbano adequado, um circuito de manutenção (que por alguma razão que desconheço desapareceu), e um parque infantil.
- que a zona ribeirinha pudesse ser para uso de todas as pessoas e não servisse unicamente o Porto de Lisboa.
E por último, gostava que fossem criados meios eficazes que de facto permitissem a participação de todas as pessoas que aqui vivemos, evitando que a construção da cidade esteja unicamente nas mãos daqueles que têm assento na Câmara Municipal. Alguém quer acrescentar alguma outra coisa que gostasse de ver acontecer em Lisboa?
12 julho 2007
Oh... James....
Parece que a história será a de "um James Bond avançado na idade mas com a sexualidade intocada. "É o regresso do pistoleiro para uma última missão heróica"". Com sorte, ainda temos outra vez o Sean Connery!! O Pierce também não era mal pensado... (confesso que o Daniel Craig - apesar de bom actor e com os abdominais em belíssimo estado - só me faz lembrar os Yuris do tempo da guerra fria...) A título de curiosidade, vejam aqui a rotina do velho Ian... assim se explicam os martinis!!
Desciclopédia
Pesquisando sobre ornitorrincos, duas múltiplas já habituadas a trabalhar em sociedade (uma entra com o dinheiro e a outra todos os dias às 9 da manhã) fomos parar à desciclopédia. Entre outras coisas, descobrimos que a origem do ornitorrinco monotremado holandes é motivo de discussão entre estudiosos de diversas áreas até hoje.
Intrigadas sobre o que teriam os autores deste fundamental site a dizer sobre a wikipedia, lemos que "a enciclopédia livre que qualquer idiota pode editar," é uma paródia satírica da Desciclopédia, apesar de ela afirmar o contrário (e afirmando corretamente que a Desciclopédia afirma o inverso, e assim sendo o ao contrario da Wikipédia). Alguns dizem que é um banco de dados incluindo coisas como: listas de trens, personagens de Mortal Kombat, vilões figurantes dos jogos de Mario, nome de naves de Space Invaders, jogos de Atari, nome de estradas, lista de escolas públicas, bandas de garagens, gatos, departamentos da França, espécies de tulipas, episódios de Chaves, personagens do Power Rangers, universos distantes, atores de novelas mexicanas, personagens de Mortal Kombat que não existem, e algo que eles chamam de artigos. Portanto: a Wikipédia é um jogo online massivo de edições jogado por experts em redundância, ceticismo, pseudociência, pedantismo, fazer hyperlinks, reverter artigos, exigir fontes confiáveis(ou seja, que eles concordem com o conteúdo), verificação, e iniciar flamewars súbitas pelo que é enciclopédico. A Wikipédia é uma perda de tempo total regida pelo Jô Soares ao vivo de um estúdio no Acre. É um fato científico provado que após ler este site, a Wikipédia é uma bosta. A Wikipédia é, em definição científica, a Desciclopédia Bizarra.
Ficámos esclarecidas.
Outros artigos de interesse versam sobre a China, inteligência, hipótese, a revista Veja, eu e a tua mãe.
Quem tem medo do lobo mau?
11 julho 2007
Bem empregada, mal empregada, desempregada
E a confiança decresceu cada vez mais, dizem-me que tenho um CV fantástico e só consigo esboçar um sorriso amarelo; de cada vez que envio um CV é inevitável que surja de imediato a sensação de “isto não vai dar em nada”, ao contrário das alturas em que de cada vez que mandava um CV acendia uma velinha e pensava com muito força em como ia ser bem recebido.
10 julho 2007
Há muito tempo
Será isto a depressão pós-tese?
Programa das festas
movimento de honestidade radical
O movimento de honestidade radical nasceu nos EUA tendo como mentor um sexagenário pesicoterapeuta, Brad Blanton que afirma que a felicidade plena só pode ser atingida dizendo a verdade a todo o momento, livrando-nos do filtro que existe entre o nosso cérebro e a nossa boca e dizendo tudo o que pensamos como pensamos a toda e qualquer pessoa, em qualquer momento e a toda a hora.
Depois de ler este artigo da revista focus deixei a minha mente flutuar pelos recantos do passado e fui-me lembrando de todas aquelas situações mundanas, íntimas ou casuais por que passei e imaginei-me a ter seguido este belo conselho ao invés de ter escamoteado os meus pensamentos verdadeiros sobre variadíssimos assuntos. Por exemplo, deveria ter dito ao guarda que me passou aquela multa indecente, para ele ir mas é limpar o grande macaco que lhe estava a sair por um narina em vez de estar ali a chatear a malta com figuras tristes? Deveria, por exemplo, ter dito àquele gajo ao meu lado na cama, ouve lá, vê lá mas é se te despachas tu mais o teu sexo tântrico de bolso e te vens duma vez que eu tou a passar a maior seca da minha vida? Deveria mandar à merda todos os funcionários da repartição de finanças sempre que lé meto os pés? Deveria agarrar todos os supostos amigos pelos ombros e dizer-lhes para enfiarem o sorriso pelo cu dentro ao invés de os ter ignorado?
Deixo o repto para lançarem aqui a vossa opinião sobre este assunto. Quanto a mim, acho que o psicoterapeuta de meia idade que lançou este movimento deve estar neste momento a viver dentro dum quarto trancado de cara pintada de preto e com a cabeça a prémio. Subscrevo as palavras de uma das queridas múltiplas, "Honestidade radical é pior que gás pimenta".
Uma vez por ano
09 julho 2007
Monólogos a dois
Serão todas as conversas pouco mais do que monólogos a várias vozes?
08 julho 2007
História trágica com final feliz
Há uns tempos a sem-se-ver falou-me desta animação. Na altura ainda não a tinha visto. Mais tarde, fui ao cinema e antes do visionamento do filme - O Caimão, Nanni Moretti - exibiram esta ´história trágica com final feliz', um bom trabalho de Regina Pessoa. Ora vejam.
07 julho 2007
Amigas do seu amigo
06 julho 2007
05 julho 2007
Um rapaz chamado Sue
R2
Momento Hedda Hopper: entre a audiência encontrava-se o Presidente da Junta da Freguesia de onde são residentes muitos dos actores - saiu no fim da representação, sem passar a cumprimentar os artistas. Outra das pessoas presentes foi o Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, um dos poucos que não aplaudiu de pé os 3 encores (olhava em volta espantado pela persistência das palmas à segunda vez que os actores voltaram para as agradecer). A direcção da Associação Cultural Moinho da Juventude também marcou presença, mas estes aplaudiram de pé e partilharam o beberete que se seguiu, tal como o ex-director da sala experimental do TNDMII.
04 julho 2007
Simplesmente
Tapa na pantera (repetição)
Há séries e filmes de tão bons que são que merecem um segundo visionamento. É o caso deste vídeo, postado há uns meses e reposto hoje nesta chafarica.
Vejam, porque... o riso é, sem dúvida, um grande radar!
03 julho 2007
Verdade e consequência
Passei pelo parque da saúde. Cruzei-me com 3 ou 4 doentes (ou utentes, é mais asséptico) do Júlio de Matos. Estavam todos medicados até à ponta dos cabelos, faziam-me lembrar os bichos no jardim zoológico, só que em vez de grades de metal tinham a alma presa nos fármacos.
Duas horas na oncologia de Santa Maria. A sala de espera cheia de gente, bicha de 10 pessoas para atendimento na secretaria. Uma senhora pediu ajuda porque não tinha forças para empurrar a cadeira de rodas em que a tinham levado para cima e precisava de a devolver. Um senhor que tinha sido operado à cabeça, cheio de ligaduras e cansado, irritou-se com a solicitude de uma mulher que o acompanhava "preciso dos seus documentos, posso tirar a carteira? Dá licença? Obrigado". Sorri com a sua impaciência, também a mim me enervaram as palavras paternalistas e condescentes dos seus acompanhantes, como se por ser velho e doente se tivesse tornado um imbecil.
Bibliotecando por aí
Cheguei à avenida principal e aí parei, observando a turba de turistas, despejados aos magotes de autocarros provenientes dos sítios mais improváveis. À minha esquerda, uma fila ordeira de turistas esperava pacientemente a sua vez para comprar os tão afamados pastéis de Belém. Olhando à direita, outras tantas centenas de pessoas em grupos comandados por guias turísticos, acenando bandeiras de sinalização e falando mais alto do que o volume da sua voz poderia suportar. Babel parecia ali.
‘Para onde vou’? Desta vez não se tratava de metafísica, mas de uma pergunta bastante concreta. Hummm… Já fui ao Mosteiro dos Jerónimos, ao Planetário, ao Museu da Marinha, ao jardim do Ultramar, não me apetece o CCB… Eureka! Qual Arquimedes fascinada com a teoria da impulsão, descobri o que realmente me fazia falta: e não é que fazia mesmo? Virei à esquerda e entrei na Rua da Junqueira, percorri os 500 metros que faltavam e franqueei os portões de um antigo palacete reconvertido em biblioteca municipal. Era chegado o momento: fui fazer-me sócia das bibliotecas municipais de Lisboa.
O rapaz da recepção tratou expeditamente da minha inscrição. Saí da recepção, exibindo orgulhosamente um novíssimo cartão que não só me dava acesso aquela biblioteca, como a toda uma rede municipal de bibliotecas. Subi as escadas e percorri longa e demoradamente as salas. A catalogação dos livros não era a melhor, mas o silêncio era o de sempre nas bibliotecas (sinónimo de agradável). Mesas e pessoas a ocuparem as mesas. Sala para leitura de periódicos (jornais e revistas). Descobri que o que não imaginava: há vida nas bibliotecas.
Fui, então, à procura do volume de ‘Anna Karenina’, não encontrado até à data em livraria alguma. Lá o encontrei. O tamanho desmesurado da edição disponível (e a tradução, que adivinhava manhosa) bem como o apelo de livros de autores mais recentes dissuadiram-me de o levar. Desci novamente ao 1º piso com cinco livros e um dvd. Detive-me a olhar para o burburinho feito por vários adolescentes que esperavam a sua vez para aceder aos postos de internet disponíveis, controlados ferozmente por uma funcionária. Ainda neste piso, várias salas de literatura infanto-juvenil: a colecção de E. Salgari ali à mão de semear, a Enyd Blyton,… tudo.
Nessa mesma noite telefonei à minha irmã mais nova e comuniquei-lhe o feito, incentivando-a a fazer o mesmo. No outro dia, recebi um telefonema de volta:
- Mana, sabes o que fui fazer agora na minha hora do almoço?
- Não, o quê?
- Fui-me fazer sócia da Biblioteca do Palácio das Galveias. E voltei de lá com dois livros que queria mesmo ler!
*Ácido sulfúrico, Amélie Nothomb (acintosa e excelente sátira aos reality-shows)
01 julho 2007
A rose is a rose is a rose
Interlúdio poético II - da temática do meteorismo
e nesse momento bebeu-se rum.
- José V., 2007
"«Fui lá baixo» é a primeira obra poética conhecida de José V., escrita aos 7 anos. Apesar da juventude do autor no momento da criação, é sem dúvida uma das suas obras mais bem conseguidas do periodo dedicado ao meteorismo, muito rica do ponto de vista literário. Nele confluem diversas correntes, o realismo, o surrealismo... mas acrescenta-lhes um toque de clarividência que veio a determinar todo o rumo do seu trabalho posterior." Jornal de Letras