Diz-se que as mulheres são escravas das suas hormonas. Começa-se na menarca (a 1ª menstruação) e a partir daí é o calvário mensal até se chegar à menopausa.
Temos flutuações hormonais durante os 28 dias do ciclo que nos alteram a fisionomia e o comportamento. Há alturas que estamos mais irritáveis, outros em que temos a libido nas nuvens e outros em que a vontade sexual vai dar uma volta ao bilhar grande e a única coisa que nos dá prazer na cama é ler.
Os homens riem, têm quase uma sociedade secreta de apoio psicológico aos nossos “momentos” vividos pela óptica do utilizador. Então estás em baixo? Sim, o Benfica joga em casa. Ou então, puf, ela está naqueles dias em que me basta olhar para ela e oiço logo “o que é que tu queres, hein?”
Eles acham que são superiores porque não têm nada disto. Eles acham que são imunes às crises hormonais. Nada poderia ser mais errado. Eles são muito mais escravos das hormonas que nós.
Nós temos 4 hormonas flutuantes, que dançam entre si dando-nos as overdoses ou underdoses responsáveis pela libertação do folículo e depois o desfazer do endométrio, e essas cenas todas.
Eles têm a testosterona. Sempre. Ali em cima. Portanto, pode-se dizer que neles a crise hormonal é permanente.
Ouvi nalgum lado que um homem tem, em média, um pensamento sexual cada 5 minutos. Chiça, que canseira. Se isto não é um escravo das hormonas eu não sei o que é.
Daí que os desgraçados quando chegam à andropausa (os que chegam, a maioria entrega a alma ao criador antes disso), ficam à rasca e acham que a sua masculinidade está em perigo. Se nós pensássemos o mesmo morríamos todos os meses.
Bom, na andropausa cai-lhes a hormona. O que significa que começam a ter disfunções sexuais, libido diminuída e uma enorme incapacidade em perceber aquilo tudo. Passam-se dos carretos. Acham que a vida já não tem sabor. Acham que mulher nenhuma poderá entender o que aquilo significa. Que estão sozinhos. Que já não servem para nada.
Isto leva-me a um outro assunto. À crónica hipocondria masculina. As doenças que eles têm são sempre gravíssimas e prostrantes, potencialmente incuráveis e decerto letais. Ao contrário das nossas, que é suposto passarem com uma aspirina e são quase sempre diagnosticadas como decorrentes de uma qualquer alteração hormonal (está para te aparecer o período, é? Tens gripe, toma uma aspirina que isso passa).
No outro dia estive a falar com o tio de uma amiga minha, que cada vez que tem uma queixa vai sempre a três especialistas e faz a média ponderada dos diagnósticos e prognósticos obtidos. Eu disse-lhe que de tanto procurar um dia havia de encontrar alguma coisa, ao que ele prontamente respondeu “ai, nem diga isso”. Ou seja, a coisa oscila entre a certeza de que há algo que não está bem, e que apenas não é descoberto pela incompetência do clínico, e o pânico de que de facto se possa vir a passar alguma coisa.
A sua intolerância à dor é bíblica. Os homens não suportam uma dorzinha sem se começarem a queixar como crianças com sono. Estamos bem tramadas, estamos. Acabamos sempre por nos armar em mãezinhas dos nossos homens, por mais viris e independentes que sejam.
Um confessou-me que mal tem os primeiros sintomas de gripe, liga logo à mãe e pede uma canja. E é um homem feito, casado com filhos e tudo. Mas a canjinha da mamã é que é.
Escravas das hormonas um caraças. Somos é umas estóicas é o que é.
Ter de lidar com as dores pré-menstruais com boa cara, seguido do período (3 a 8 dias) em que vemos saírem as nossas entranhas pelas partes baixas, passado uns dias vem a ovulação com o decorrente aumento da libido, seguido em poucos dias da respectiva quebra e retorno à fase pré-menstrual.
Temos flutuações hormonais durante os 28 dias do ciclo que nos alteram a fisionomia e o comportamento. Há alturas que estamos mais irritáveis, outros em que temos a libido nas nuvens e outros em que a vontade sexual vai dar uma volta ao bilhar grande e a única coisa que nos dá prazer na cama é ler.
Os homens riem, têm quase uma sociedade secreta de apoio psicológico aos nossos “momentos” vividos pela óptica do utilizador. Então estás em baixo? Sim, o Benfica joga em casa. Ou então, puf, ela está naqueles dias em que me basta olhar para ela e oiço logo “o que é que tu queres, hein?”
Eles acham que são superiores porque não têm nada disto. Eles acham que são imunes às crises hormonais. Nada poderia ser mais errado. Eles são muito mais escravos das hormonas que nós.
Nós temos 4 hormonas flutuantes, que dançam entre si dando-nos as overdoses ou underdoses responsáveis pela libertação do folículo e depois o desfazer do endométrio, e essas cenas todas.
Eles têm a testosterona. Sempre. Ali em cima. Portanto, pode-se dizer que neles a crise hormonal é permanente.
Ouvi nalgum lado que um homem tem, em média, um pensamento sexual cada 5 minutos. Chiça, que canseira. Se isto não é um escravo das hormonas eu não sei o que é.
Daí que os desgraçados quando chegam à andropausa (os que chegam, a maioria entrega a alma ao criador antes disso), ficam à rasca e acham que a sua masculinidade está em perigo. Se nós pensássemos o mesmo morríamos todos os meses.
Bom, na andropausa cai-lhes a hormona. O que significa que começam a ter disfunções sexuais, libido diminuída e uma enorme incapacidade em perceber aquilo tudo. Passam-se dos carretos. Acham que a vida já não tem sabor. Acham que mulher nenhuma poderá entender o que aquilo significa. Que estão sozinhos. Que já não servem para nada.
Isto leva-me a um outro assunto. À crónica hipocondria masculina. As doenças que eles têm são sempre gravíssimas e prostrantes, potencialmente incuráveis e decerto letais. Ao contrário das nossas, que é suposto passarem com uma aspirina e são quase sempre diagnosticadas como decorrentes de uma qualquer alteração hormonal (está para te aparecer o período, é? Tens gripe, toma uma aspirina que isso passa).
No outro dia estive a falar com o tio de uma amiga minha, que cada vez que tem uma queixa vai sempre a três especialistas e faz a média ponderada dos diagnósticos e prognósticos obtidos. Eu disse-lhe que de tanto procurar um dia havia de encontrar alguma coisa, ao que ele prontamente respondeu “ai, nem diga isso”. Ou seja, a coisa oscila entre a certeza de que há algo que não está bem, e que apenas não é descoberto pela incompetência do clínico, e o pânico de que de facto se possa vir a passar alguma coisa.
A sua intolerância à dor é bíblica. Os homens não suportam uma dorzinha sem se começarem a queixar como crianças com sono. Estamos bem tramadas, estamos. Acabamos sempre por nos armar em mãezinhas dos nossos homens, por mais viris e independentes que sejam.
Um confessou-me que mal tem os primeiros sintomas de gripe, liga logo à mãe e pede uma canja. E é um homem feito, casado com filhos e tudo. Mas a canjinha da mamã é que é.
Escravas das hormonas um caraças. Somos é umas estóicas é o que é.
Ter de lidar com as dores pré-menstruais com boa cara, seguido do período (3 a 8 dias) em que vemos saírem as nossas entranhas pelas partes baixas, passado uns dias vem a ovulação com o decorrente aumento da libido, seguido em poucos dias da respectiva quebra e retorno à fase pré-menstrual.
Isto para não falar dos casos em que há vontade de ter filhos e se depara com a infertilidade masculina. Aos homens é-lhes pedido que encham um frasquinho, às mulheres que tomem uma cavalada de hormonas para terem uma ovulação titânica, para depois lhes enfiarem uma agulha para recolher os ditos e depois os voltarem a pôr já fertilizados num tubo, e que fiquem bem quietinhas e não chateiem durante uns meses, culminando numa dor indizível e 20 anos de trabalho árduo de educação.
Não nos percebem? Nós também não, limitamo-nos a aceitar e ao mau tempo boa cara. E muito ibuprofeno no bucho.
20 comentários:
Grande posta, oitoecoisa! Estava p aqui a elaborar e a elaborar, mas arrancaste-me as palavras todas hoje. luv' ia!
Estava a ler Rilke e numa pausa deparei com este post...sim senhor, tem ideias boas e originais.
caramba, se achaste que o meu post no outro dia tava bem escrito então não sei o que dizer deste!! o que as mulheres têm de passar ao longo da vida poderia dar azo a muitos muitos posts...para a proxima vez sugiro-te um post sobre depilação! vais ver que também dá para escrever bastante!!
keep up the good work!! :D
1) moda-seguidismo - negativo
2) inconsequência - negativo
3) provocação/engate - negativo
pelo prazer de escrever (o q apetecer). pela liberdade de fazer as associaçoes q nos vierem à bolha.
para além do fundo de verdade do qual parti, voei para uma abordagem caricatural - daí a perspectiva de confrontação.
e faço minhas as palavras da minha multipla em relação a tudo o resto.
Vou para a piscina, que está muito calor.
já acabei o rilke.
retenho uma frase do livro
"há ideias boas e originais, as boas não são originais e as originais não são boas"
"voei para uma abordagem caricatural - daí a perspectiva de confrontação"
que mais se pode querer ? é a silly season no seu melhor e atenção... temos cronista em publicação de referência a despontar...
pois foi, essa da piscina é que te traiu, rs...
E viva o trifene!! :)
Parabéns pelo blog - dá um enorme prazer ler, não só pela qualidade dos assuntos, mas também pela qualidade da escrita! E uma boa dose de gargalhadas diária é recomendável...
Acabou de ganhar uma visita frequente!
A propósito da baixa tolerância à dor masculina: Eu tenho a esperança de um dia ainda ver um homem a contorcer-se numa marquesa de estéticista, a arrancar aqueles pelinhos todos com cera, como nós fazemos. Bem, deve ser lindo... LOL!!!
***
caro anónimo,
a frase que cita foi usada pelo Marcello Caetano para definir a tese de doutoramento do Soares Martinez. Dita e repetida diversas vezes por diferentes pessoas nas mais variadas ocasiões. Creio que a esta altura do campeonato se tornou uma frase feita quando nada mais há a dizer sobre um assunto.
Quanto a nem ter vontade de usar um nick para vir cá dar o seu contributo, apenas me lembra o G. Bernard Shaw e a história da carta que recebeu em que apenas vinha escrito "camelo". A sua reacção foi espantar-se, pois já tinha recebido muitas cartas anónimas mas aquela foi a primeira vez que recebeu uma apenas assinada. note bem - este não é um juízo de valor sobre si ou a sua apreciação, apenas relativa à maneira de se apresentar. ou seja, nenhuma.
Já relativamente à ideia de assistir ao despontar de um cronista potencial em publicação de referência, ou se está a referir à quantidade de mediocres que por aí abundam ou se contradiz na apreciação ao que leu.
Além do mais, sou apenas uma miúda que escreveu um texto engraçado numa tarde de calor de sábado.
Quanto ao pirata, lamento se não tenho uma resposta mais elaborada para lhe dar. O post baseava-se nas diferenças, logo o confronto era inevitável. Combate é já a sua leitura, não a minha escrita.
jpn, o tiro foi ao lado. não muito distante, mas ao lado...
Quanto a quem gostou, obrigado. Não é por vos dedicar menos palavras que vos dou menos atenção. Mas embaraçam-me o verbo, que querem sou tímida.
já havia vida antes de marcello (com 2 ll's)...
o prof também não era tão original como isso...
a minha referência era mais literária e menos académica.
e continua válida...
pirata, jà q a responsabilidade de lhe ter dado uma resposta 'ao lado' foi minha (repare q fui eu q disse 'pelo prazer de escrever (o q apetecer). pela liberdade de fazer as associaçoes q nos vierem à bolha'), julgo q a minha multipla vai ao cerne da questao logo a seguir, respondendo-lhe, portanto:
p: porque é que estas considerações que (...) têm que ser colocadas numa perspectiva de confrontação que chega a ser combate?
r: para além do fundo de verdade do qual parti, voei para uma abordagem caricatural - daí a perspectiva de confrontação.
Cara Sra Nove-e-tal aka oito-e-coisa aka sete-e-picos, como vê tudo designações plenas de sentido e altamente esclarecedoras de quem as utiliza, ao invés de "anonymous" que ao contrário de oito-e-picos nada diz sobre quem utiliza esse nick.
Se for um pouco mais atenta, vai com certeza notar a referência a Rilke (Rainer Maria Rilke) e então entenderá o que quero dizer.
Neste post a sua escrita é realmente mediocre, ao nível do que se escreve crónicas de suplementos.
Parece que está a escrevr para os amigos e não porque tem mesmo que escrever
Não venha com a desculpa de ser light, de ser miuda e de ser sábado à tarde.
Essas desculpas são utilizadas por todos os que já passaram para o outro lado, o lado da
fa-ci-li-da-de, isso mesmo.
Exiga mais de si mesmo e dos outros.
Cresça
para o caso de não terem reparado, isto é um blogue. não ando para aqui a escrever na pedra.
Exijo imenso de mim, mais do que aos outros. Especialmente quando trabalho, o que não é o caso. Neste sítio mando uns bitates, arroto umas postas de pescada, cago sentenças. sem grandes pretensões. Porque de facto náo tenho que o fazer. Faço pq me apetece. Porque me dá na bolha.
Crescer? já agora "cresça e apareça". Aquela frase genial que os paizinhos diziam para calarem as crianças inconvenientes. Dado que não estou a comer à sua mesa, foi você que veio a minha casa, lamento informar que continuarei assim. (ao menos sou uma mediocre muito bem educadinha, benza-me Deus).
vou almoçar que a minha vida não é isto
Esta caixa de comentários parece um ringue, mas nota-se bem o quão diferente pode ser a nobreza dos lutadores. Há quem jogue limpo e duro pondo e repondo questões; e há quem jogue sujo colocando armadilhas, fazendo bluf e finalmente enviando um golpe baixo. Tenha vergonha sr. anónimo.
em maré de citaçoes, aproveito p deixar mais uma:
"Fiz um curso de leitura dinâmica e li Guerra e Paz em vinte minutos. Tem a ver com a Rússia". (Woddy Allen)
woody allen, queria eu dizer
hahahaha. Não há nada como uma (esta) múltipla para me fazer rir.
Citações são importantes, indiscutiveis barómetros do interesse e capacidade do interlocutor.
Ocorre-me aquela frase famosa do Barthes, "vai lá, vai".
(ou terá sido o Barthez na final do mundial? é que eu às vezes precipito-me)
éééélááá!! uma pessoa distrai-se um bocadinho e quando cá volta a coisa descambou!! ó sr anónimo, vá ao nosso profile e ouça a música que nos inspira os nicks.
e não somos anónimas, somos oitoe coisa nove tal, blogue de uma trintona com personalidade múltipla, não interessa se somos anas, marianas, joaquinas e albertinas, mas o que escrevemos con todo o gosto, com todas as dúvidas, com todo o talento possível, que por caso, não é para nos gabar, mas até acho que não escrevemos nada mal, não estou de acordo consigo quanto à sua critica à qualidade escrita deste post, mas olhe, para citar a minha avó (ou seria o meu amigo luisca?) "por uns acharem uma coisa e outros outra é que o mundo não se cai.."
tem razão o nick "onda curta" quando se refere a golpes baixos, o meu foi o de ter escrito "cresça", admito que foi um exagero e estúpida presunção da minha parte.
não foi golpe baixo alguem ter escrito camelo. se o nick "onda curta" não padecer de hipocrisia e falta de espinha, diga à sua amiga sete, oito ou nove, o que é um golpe baixo, se não cale-se sobre essa matéria.
tem tambémtoda a razão o nick "sete e picos" quando diz que não são anónimas, é óbvio que para o vosso circulo mais ou menos restrito de amigas/os não são anónimas, daí os vossos nicks terem sentido, coisa que para mim não têm, não vos conheço, ergo, apresentarem-se como anonymous, com um nick inventado na altura ou com um registado no blogger (sobretudo quando não desenvolvem o profile) é-me rigorosamente igual.
não entendo sequer a importância de um nick, mas redimo-me neste comentário
não têm razão quando dizem que a vossa escrita é boa... não, não têm. é na maior parte das vezes mediocre.
tenho a vantagem de não pertencer ao vosso mais ou menos restrito circulo, daí poder dizer isto à vontade, sem hipocrisias, vi este blog de fora, como vejo muitos outros, e apreciei o conteudo por si só, coisa que vocês não fazem.
daí a minha bicada aos cronistas, que parece que são escolhidos por pertencerem a um circulo mais ou menos restrito.
o que se passa é que nem toda a gente tem pachorra para ler escritos para amigos/as (a não ser os/as ditos/as e essas sempre com um sorriso nos lábios e dizendo estava muito bom)
percorro vários blogs em busca de algo que surpreenda. não foi o caso.
Caro ernesto-anonimo,
em primeiro lugar, não deve ter lido bem o parágrafo em que falo do episódio camelo. Em que frisei que não estava a fazer nenhum juízo de valor sobre si.
Respeito a sua opinião, apenas me espanta que tenha tido vontade de a exprimir diversas vezes. Parece-me contraditório -se nada o surpreende aqui, se não apreciou, porque é que insistiu?
Presumo, portanto, que alguma potencial qualidade esperava ver aqui desenvolvida. Ou então que nada mais tinha para fazer, o que tb acontece a muita e boa gente.
Sermos anónimos uns para os outros requer um esforço adicional de clareza na exposição das opiniões. Que creio ter faltado. Daí resultarem farpas de parte a parte, que são não só pouco esclarecedoras como não construtivas.
Pela minha parte, fiz a minha reflexão. Espero que faça a sua.
Sem mais de momento,
Joana (não diz muito sobre mim, mas ao menos ficamos quites)
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