04 julho 2006

De que é que falamos quando falamos de cabelo?

- Filha, o que é que tens?
- Nada, é o meu cabelo, estou horrível.
- Mas está bem assim.
- Não pai, não está nada, não vê que faz um remoinho aqui, e que está todo ponta acima ponta abaixo, não o consigo pentear nem com gel nem com nada.
- Eu acho que está bem.
- Não está nada, estou horrível, e tenho um jantar e não o consigo pentear, e não sei que mais hei-de fazer.
- Experimenta com água, é o que eu faço sempre. Um bocado de água, passas com o pente e fica óptimo.
- Pois, o pai resolve sempre tudo com água, acha que com isso fica sempre tudo bem. Mas não fica pai, não fica.
- Filha, o que é que tens?
- Nada pai. É só que me irrita essa mania de resolver tudo com água. A água não resolve tudo. Há coisas que a água não consegue fazer passar. E o meu cabelo não fica melhor se lhe puser água como o seu, fica pior, fica com ar pesado e sujo e feio e mau.
- O que é que se passa?
- Nada. Estou farta disto. O meu cabelo está horrível e o pai não percebe, acha que posso resolver com água. E não posso. Não posso, não vê? Não posso.
- Oh filha...

4 comentários:

Anónimo disse...

A propósito dos metadiálogos que o seu pai gregory bateson publicou e que ela emulou mais tarde no livro Angel Fear, escreveu a catherine:

"They are just as real - and just as fictional - as the metalogues Gregory wrote himself. ...it seems important to emphasise that the father-daughter relationship continues to be a rather precise vehicle for issues that Gregory wanted to address because it functions as a reminder that the conversation is always moving between intellect and emotion, always dealing with relationship and communication, within and between systems.... I have also allowed myself near the end to emerge from the child role of the metalogues and to write in my own present voice."

Anónimo disse...

Há dias em que o cabelo nos estraga a vida. Noutros é o barulho das estrelas que nos atormenta.
ó amigo onda curta, as sua qualidades mediúnicas assaltam-no nas madrugadas de 3ª feira ou acontecem todos os dias?

Anónimo disse...

Chiça, que isto anda agreste!
Amiga/o d josé de bragança desculpe se a/o acordei a horas impróprias. Fiz muito barulho ou tem o sono leve?
Agradeço ter-me lembrado que o post é sobre a problemática capilar. E eu que julgava que era sobre...ou um belo exemplo de... deixe estar não a/o maço mais. O melhor é falarmos de shampôs, amaciadores, as vantagens e desvantagens do 2 em 1 e o cuidado a ter com as extensões. Não lhe parece?
ah e quanto a qualidades mediúnicas, negativo. Tenho é insónias, a mediunidade é só um disfarce.
Os melhores cumprimentos e boa onda.

8 e coisa 9 e tal disse...

Há alguma susceptibilidade no ar. Terá a ver com a proximidade da meia final?

ondacurta, a mim pareceu-me que D. José (respectiva vénia à nobreza) estava a fazer ironia com graça. mas cada um lê o que quer.