Durante muito tempo foi-nos dito, e todas e todos acreditámos, que o trabalho se divide, os homens na praça, no público, as mulheres em casa. A biologia dos corpos foi durante muito tempo a explicação oficial da divisão sexual do trabalho. As mulheres, ao ter a capacidade de reprodução biológica foram encarregadas da manutenção do espaço doméstico, do cuidado dos filhos e anciãos. Os homens, ficaram com a responsabilidade do trabalho remunerado e reconhecido, de assegurar o sustento económico e de alcançarem um reconhecimento laboral num contexto onde o doméstico não tinha lugar. E ambos perdemos. Os homens perderam a possibilidade de gozar a sua paternidade, de assumir a casa e tudo o que isso implica como seu. As mulheres perderam a possibilidade de se exercerem somo seres pensantes e políticos.
Mas isso era antes, dir-se-ia. Hoje em dia, o número de homens que goza a sua licença de paternidade, que reclama a jornada contínua ou os seus dias concedidos pelas leis laborais para assistência à família, para cuidar os filhos quando estes estão doentes, para ir às reuniões da escola, para estar presentes e bater palmas nas actividades das crianças, para saír mais cedo para ir buscar os filhos, para cuidar dos seus idosos, sobe lenta, leeentamente, mas sobe, confirmam as estatísticas. Os homens dividem o trabalho doméstico e isso liberta tempo às mulheres para trabalharem, estarem com os seus filhos, exercerem actividades políticas e gozarem o seu ócio, em igualdade de condições.
Era bom, mas ainda não é real. Mas um dia será.
12 comentários:
querida-uma-das-personalidades-multiplas, insistir, insistir sempre. é tão importante lembrar aquilo que já mudou tanto quanto aquilo que ainda há para mudar. e não fazer como a avestruz, "não é nada comigo, não é nada comigo".
viva quem baila na da d. ester
abaixo o pirata. que calistagem, irra !!!
deixem o pirata em paz!
freeze, deixem o pirata jogar.
(oh pirata, aqui para nós que ninguém nos ouve, às vezes não se percebe onde quer chegar. Não se arranja um tradutor pirata-português?
e tal como disse ao sr anónimo [gosto tanto do nome que se calhar o ponho ao próximo animal que vier para cá habitar], a malta não anda aqui a escrever na pedra, não nos leve tão a sério que nós tb não)
eu não sou "lá" do baile, sou deste mesmo. Para o caso de ainda não ter percebido (já que peço tradutor pirata-portugues dou-lhe uma entrada do 8ecoisa-portugues) usamos nicks da letra da música que originou este movimento.
Lamento informá-lo de que não sou a única a ter esta opinião. Fui até muito simpática e educada (como é meu apanágio) na forma como o exprimi.
Cegueta infelizmente não sou, eu que bem queria usar óculos e o meu oftalmologista insiste que vejo moscas em almada do miradouro de sta luzia.
Em vez de nos chamar a todas ceguetas, que tal reformular as suas opiniões e pontos de vista?
E olhe, se me volta a responder torto também sou menina de puxar a faca da liga (tenho que a encontrar primeiro, mas nada que não se arranje)
olha, e não é que me respondeu torto enquanto eu redigia o meu comentário?! Deixe o Almada em paz, senhor.
Estou a ver que gosta mesmo é de pancada, não se pode ser simpática. Consider this a divorce.
ai que isto está animado, tá tá...
vamos lá a ter calma senão acontece como nos filmes do Vasco santana, vai tudo parar à esquadra da policia (lá ia o bairro todo...)
Quanto ás regressões, ou manifestações de novo riquismo nestas coisas da divisão sexual do trabalho, olhe, é como tudo, quando se fazem mudanças estas nunca são de um dia para o outro nem nunca são as ideais, elo que provalmente vamos encontrar muitos exemplos de casais ou de pessoas a experimentarem novas formas de estar nas diferentes esferas da vida, o trabalho, o espaço doméstico, a politica, etc, a ensaiar papéis nunca antes aprendidos, da mesma forma que por exemplo as nossas mães e até mesmo os nossos pais também tiveram que ensaiar e aprender papéis diferentes dos observados nos seus pais.
E já agora, senhor pirata, você amanha-se bem nos trabalhos domésticos?
ó senhor pirata, aqui para nós que não nos ouvem, o senhor que é tão comentador, quando lhe fazemos alguma pergunta um bocadinho mais sensível, fica mudo... será coincidencia?
gato que brincas na rua
como se fosse na cama
invejo a sorte que é tua
porque nem sorte se chama
o estilo aqui muda tanto porque somos "8 e coisa nove e tal mulheres entre os 30 e os 40", tal e qual está escrito no nosso perfil.
Ou se preferir, o estilo muda muito porque eu sou uma "trintona com personalidade múltipla", como está escrito no topo desta página.
e vou jantar que a minha vida não é isto...
nota de rodapé : é apanágio deste blogue emudecer nas questões sensíveis
senhor anónimo, importante de me elucidar quanto à sua nota de rodapé? não percebi o que queria dizer, pois parece-me que sempre respondemos. mas se acha que não também pode colocar-nos questões mais directas, verá que não ficam sem resposta
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