A propósito de uma reunião de trabalho que tive ontem, voltei a pensar num tema que me parece importante. O poder do elogio dos outros, a dificuldade em aceitar a crítica e consequente auto-análise, o poder de encaixe e de destrinçar o que de significativo existe em cada uma das anteriores.
Nem todos os elogios deviam ser apreciados. Deve-se dar valor ao elogio feito, a quem o faz e o modo como o desenvolve. No entanto, a maior parte das pessoas é muito sensível à lisonja, e há mesmo especialistas na matéria. Que o fazem com inteligência e que assim conquistam os corações (e mais outras coisas) do visado, o que traz consequências benéficas para ambos em âmbitos pessoais, profissionais e afectivos. Na realidade, os elogios devem ser tomados com tanta ou mais precaução que as críticas negativas. São potencialmente endormecedores dos membros, em especial do cérebro.
Quanto à crítica, deve-se tentar perceber de onde veio e porque é que veio. Por vezes é difícil, a maioria das pessoas tem a tentação de tomar as mesmas como ataques pessoais e daí cegar a sua capacidade de auto-análise. Dizer que alguém teve um acto irreflectido não significa que a pessoa o seja; dizer que alguém foi superficial não quer dizer que o seja; dizer que alguém foi sacana não quer dizer que o seja. Significa que naquele momento o foi, e que se alguém aponta essa falha se deve parar para pensar na causa da coisa. Pensar antes de falar – lembra-me o Calvin, que se perguntava porque é que pensamos mais rápido do que falamos, ao que Hobbes responde “provavelmente para pensar duas vezes antes de falar”.
Por último, o poder de encaixe, que deve ser usado em especial para a crítica mas também para o elogio.
Ou somos tontos e achamos que somos perfeitos, ou somos realistas e reconhecemos que temos falhas. Ninguém aprecia ter um dedo enfiado pelo hematoma adentro, especialmente se não se tinha notado que o mesmo existia. Mas serve, quanto mais não seja, para tomar consciência da sua existência e aprender a viver com ele. Ou a procurar o hirudoide que o cure.
Agora, em relação aos blogues. Sabemos que a partir do momento em que se é exposto aos olhares públicos, para além do grupo mais ou menos restrito de amigos, se está vulnerável às apreciações que possam surgir. Se não se quer saber disso basta excluir as caixas de comentários. Quando não se faz deve-se estar preparado para tudo.
No entanto, não são apenas os bloggers que têm de estar preparados. Também quem comenta em blogue alheio o deve estar. Não basta chegar a um sítio e dizer-se que não se gosta, e achar que o visado/a tem é que comer e calar.
Será fruto da esmerada educação que me deu a minha mãezinha, mas não comento posts de que não gosto. Cada um tem o blogue que lhe apetece e escreve o que quiser. Se algum dia fizer uma crítica a alguém é porque o assunto é de tal forma calamitoso que acende a minha indignação.
Não pretendo que as pessoas sejam iguais a mim, nem vou descrever um código de conduta apropriado. Já houve muita e boa gente que o fez, e nada tenho a acrescentar a isso.
Nem todos os elogios deviam ser apreciados. Deve-se dar valor ao elogio feito, a quem o faz e o modo como o desenvolve. No entanto, a maior parte das pessoas é muito sensível à lisonja, e há mesmo especialistas na matéria. Que o fazem com inteligência e que assim conquistam os corações (e mais outras coisas) do visado, o que traz consequências benéficas para ambos em âmbitos pessoais, profissionais e afectivos. Na realidade, os elogios devem ser tomados com tanta ou mais precaução que as críticas negativas. São potencialmente endormecedores dos membros, em especial do cérebro.
Quanto à crítica, deve-se tentar perceber de onde veio e porque é que veio. Por vezes é difícil, a maioria das pessoas tem a tentação de tomar as mesmas como ataques pessoais e daí cegar a sua capacidade de auto-análise. Dizer que alguém teve um acto irreflectido não significa que a pessoa o seja; dizer que alguém foi superficial não quer dizer que o seja; dizer que alguém foi sacana não quer dizer que o seja. Significa que naquele momento o foi, e que se alguém aponta essa falha se deve parar para pensar na causa da coisa. Pensar antes de falar – lembra-me o Calvin, que se perguntava porque é que pensamos mais rápido do que falamos, ao que Hobbes responde “provavelmente para pensar duas vezes antes de falar”.
Por último, o poder de encaixe, que deve ser usado em especial para a crítica mas também para o elogio.
Ou somos tontos e achamos que somos perfeitos, ou somos realistas e reconhecemos que temos falhas. Ninguém aprecia ter um dedo enfiado pelo hematoma adentro, especialmente se não se tinha notado que o mesmo existia. Mas serve, quanto mais não seja, para tomar consciência da sua existência e aprender a viver com ele. Ou a procurar o hirudoide que o cure.
Agora, em relação aos blogues. Sabemos que a partir do momento em que se é exposto aos olhares públicos, para além do grupo mais ou menos restrito de amigos, se está vulnerável às apreciações que possam surgir. Se não se quer saber disso basta excluir as caixas de comentários. Quando não se faz deve-se estar preparado para tudo.
No entanto, não são apenas os bloggers que têm de estar preparados. Também quem comenta em blogue alheio o deve estar. Não basta chegar a um sítio e dizer-se que não se gosta, e achar que o visado/a tem é que comer e calar.
Será fruto da esmerada educação que me deu a minha mãezinha, mas não comento posts de que não gosto. Cada um tem o blogue que lhe apetece e escreve o que quiser. Se algum dia fizer uma crítica a alguém é porque o assunto é de tal forma calamitoso que acende a minha indignação.
Não pretendo que as pessoas sejam iguais a mim, nem vou descrever um código de conduta apropriado. Já houve muita e boa gente que o fez, e nada tenho a acrescentar a isso.
Fiquei a pensar nas críticas e elogios que foram feitos a alguns dos meus posts e comentários. Fiz uma auto-crítica e verifiquei que alguns eram significativos e outros menos. Por vezes respondi mais inflamada ou irreflectidamente do que mereciam; outras não. O que apenas prova que sou humana.
13 comentários:
ora deste "post" o que se pode dizer é que tem classe.
:)
e eu q a conheço pessoalmente (afinal é minha multipla) posso ainda confirmar o seguinte:
- é gira
- é inteligente
- tem graça
- tem humor
- tem estilo
- tem elegancia
e, claro, escreve MUITO bem.
gostarmos umas das outras é bom e recomenda-se.
pelos vistos o pirata não está de acordo. se calhar gostava mais de nos ver à estalada.
ora aqui está uma muito pertinente reflexão sobre o elogio, a critica e este mundo dos blogs, desta minha multipla que não sei quem é por que já nos confundo a todas, inclusive a mim própria...
As criticas devem ser de facto assumidas com capacidade d encaixe, assim como os elogios, mas ressalto que o mais importante é discutir os temas e não as formas, discutir ideias sem discutir as pessoas.
não sou muito comentadora em blogs alheios, mas, apesar de também ter tido uma esmerada educação, ás vezes comento posts dos quais não gosto ou não estou de acordo, discutindo as ideias, pois considero que isso alimenta a discussão e a reflexão sobre as mesmas.
querida multipla, continua a postar, sempre e bem como já o fazes.
não comentar posts de que não gosto não é o mesmo que comentar aqueles com os quais não estou de acordo.
dizer que não se está de acordo e porquê é salutar e, tal como disseste, convida à reflexão de todos os intervenientes e assistência.
o que eu não faço é dizer apenas "não gosto", seja da forma ou do estilo, não acrescentando nada mais nem ao/à autor/a ou a quem o lerá.
(n sabes quem sou?? com uma descrição tão detalhada da nove e tal? ;))
contrariamente às minhas crenças, concordo com o pirata, e a observação da "oito e coisa 9 e tal" é redutora...eu diria mesmo mais, é feminina.
ao sr que às vezes tb volta, presumo que estava a falar da minha tirada sobre gostarmos umas das outras.
Provavelmente não me identifico com a postura de presunção que me/nos foi atribuída, leio o simpático post da minha múltipla como isso mesmo: uma simpatia. Daí ter tido o sentido de ironia de a citar no comentário seguinte...
ser redutor é ser feminino, o feminino reduz as coisas, e o masculino amplia? será que foi isso que quiz dizer?
eu bem sei que as palavras são traiçoeiras mas acho que este tipo de comparações são mesmo desnecessárias e não fazem bem nem ao feminino nem ao masculino..
(ó oito, é que por momentos achei que a descição era tão exata que até pensei se a nove estaria a falar de mim...:)
querida sete e picos,
a menina è:
- giraça
- alegre como um dia de sol
- divertida
- charmosa
- combativa
- generosa
- aventureira
um beijo aqui do exìlio e um brinde, pois està claro.
p.s. e escreve MUITO bem, pois tambèm està claro.
ó sete, agora que dizes... e pensando na nove... e na três, quatro e cinco... a um também. Da dois nem sei o que dizer. A seis decididamente.
Sim, somos mesmo todas de ermesinde.
Já que temos fama, ao menos que tenhamos tb o proveito. Retiro o que disse. Sou uma grandessíssima presunçosa.
agora é um copo de três de água benta para completar o provérbio.
seguidinho também de um shot de vodka e mais um tchim tchim a ermesinde e a quem se precipita...
e viva a dona ester que fez um baile que até hoje dá que falar...hic
e o pirata a dar-lhe com a aguardente. já vi que gosta... é a segunda vez que a aconselha.
Acabo de beber dois copos de uma coisa que nem vou dizer o nome para não ferir susceptibilidades, porque tive de chamar a PSP a casa de um vizinho por causa de uma provavel entrada em casa por larápios. Vieram os srs agentes santos e silva, num episodio delirante que contarei brevemente. isto, claro, se os ditos larápios não se apoderarem do meu pc entretanto.
hic
yeah, viva!! hoje até eu bebo um gole da famosa aguardente!! finalmente entendemo-nos!! hip, hip, hip, hurrah.
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