Um ganda bom ano cheio de sonhos que comandem a vida e jogo de cintura para os altos e baixos desta vida.
31 dezembro 2006
Feliz ano novo!!
Um ganda bom ano cheio de sonhos que comandem a vida e jogo de cintura para os altos e baixos desta vida.
Hoje mataram um homem
Hoje não se fez justiça, antes foi mais uma vez aplicada, apesar de tantos protestos internacionais, uma lei injusta e prepotente. Tal como fez a L no seu blog, deixo aqui as palavras sábias de Gandalf:
Gandalf: “A vida de Sméagol é um história triste. Sim, Sméagol era o seu nome. Antes do Anel o encontrar… antes de o enlouquecer.”
Frodo: “É uma pena que o Bilbo não o tenha morto!”
Gandalf (olhando severamente para Frodo): “Pena? Foi a pena que deteve a espada dele!” [Pausa] “Alguns dos que estão vivos talvez mereçam a morte. Mas alguns dos que estão mortos certamente merecem a vida. Podes tu dá-la a eles?”
Pausa. Frodo baixa a cabeça, silencioso.
Gandalf: “Não tenhas muita pressa em distribuir a morte como se justiça fosse. Nem mesmo os mais sábios sabem destrinçar todas as pontas do novelo. O meu coração diz-me que o Gollum ainda tem um papel a desempenhar nesta trama, para o bem, ou para o mal.”
Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien
30 dezembro 2006
29 dezembro 2006
De todas as vezes...
O meu melhor amigo
28 dezembro 2006
um dia como hoje
27 dezembro 2006
Destaque do dia
"Economias liberais geram sociedades mais punitivas
25 dezembro 2006
A prova de que estamos a caminhar para idade
24 dezembro 2006
Ladainha dos póstumos natais
em que se veja à mesa o meu lugar vazio.
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido.
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo.
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido.
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja nem um verso deste livro.
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo.
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido.
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito.
David Mourão-Ferreira in “Cancioneiro de Natal”, 1986.
23 dezembro 2006
Jef
Para a minha melhor amiga, uma imortal chanson de Brel (ela sabe porquê).
(não havia sem legendas, pode ser que aprendas umas palavrinhas em flamengo). :P
Tentem fotografar o Super-Homem!
Tentem fotografar o Super-homem, aqui:
http://hk.promo.yahoo.com/movie/superman/Stop_Press_Game/
(consegui chegar a Metropolis, score 82 - NOT BAD!)
Feliz Natal
Quanto a mim, sempre gostei do Natal. Digam o que disserem, eu gosto do Natal. Nunca acreditei no pai natal nem no menino jesus, não sou católica e não me interessa se o menino Jesus nasceu ou não, até acredito que sim, que tenha existido e tenha sido um personagem muito importante, contudo a minha ideia de deus é muito diferente daquela que está associada ao menino nas palhinhas deitado, por isso não lhe celebro o nascimento. E quanto ao pai natal, tal como o conhecemos não passa de um golpe de marketing da Coca Cola, que surgiu (acho) nos anos 30 do séc. passado.
22 dezembro 2006
Home alone
O meu amor foi passar o natal com a família. Fiquei sozinha em casa, portanto. O primeiro dia passei-o a comer restos de pizza e a beber cervejas de lata. Hoje a entropia aumentou (tinha que vir à baila a 2ª lei da termodinâmica nalgum momento neste blogue, mas os físicos de serviço que a expliquem, que farão com certeza um melhor serviço que eu). Ainda para mais, como tenho estado a trabalhar em casa, não tive motivo nem vontade absolutamente nenhuma de sair à rua. Dou por mim a rever a minha ementa desde que acordei. Aqui vai, por ordem:
- 2 cafés expresso
- um pacote de sumo de pera
- meio queijo que para aí havia
- 7 bolachas de chocolate
- outras quantas bolachas de canela
- 2 barras cereais
- chá de cidreira
- 1 frasco de espargos
- 1 pera
- chá de cidreira
- 1 comprimido centrum (pelo sim pelo não)
Isto está bonito, está... Não voltes depressa não, que quando regressares a casa no mínimo tenho escorbuto ou bócio.
Diagnósticos
21 dezembro 2006
Deve o espírito natalício descer sobre este blogue?
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
De falar e de ouvir com mavioso tom,
De abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
(...)
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
Como se de anjos fosse, numa toada doce, de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
A voz do locutor anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu e as vozes crescem num fervor patético. (Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu? Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético).
Confesso que esta quadra me 'arrepia', por motivos vários e pessoais, entre os quais aqueles implícitos no excerto do poema acima. De qualquer modo, pelo sim pelo não, e à semelhança de Mr. Scrooge, não quero ser visitada pelos três fantasmas.
Fica, pois, postado o espírito natalício possível que desceu sobre esta múltipla, desejando a tod@s - ironias à parte - UM BOM ANO INTEIRO (como me disse um colega meu).
20 dezembro 2006
Truques de acentuação
Ridiiicula, acento no i
Infaliiiivel, acento no i
Oooordem , é grave
Anguuuustia-
Angustiiiiiiia – já sei onde vai o acento.
Sons de Domingo
19 dezembro 2006
A naba contra-ataca
O que farias tu por um mundo diferente?
Querida múltipla,
Que continues assim: sonhadora, utópica, combativa, guerreira. Invade-nos a mailbox com protestos contra o Feira Nova e similares. O aborto. A lei da paridade. As democracias em construção. O testemunho de quem já assistiu e viveu no fio-da-navalha. Espalha aos sete ventos tudo isto. Sobretudo, não deixes de o fazer.
Continua a interrogar por essa vida fora: O que farias tu por um mundo diferente?
Para ti - com amizade e afecto - o teu muito querido Caetano.
Muitos parabéns por estes 37 Invernos!
18 dezembro 2006
Outras adolescências (I)
17 dezembro 2006
Insónia
- Boa noite, Sr. Fernando, que frio que está lá fora.
- Pois está. Sabe, o frio do Alentejo é muito diferente do da minha terra, é um frio fininho, por mais que nos aqueçamos entra-nos pelos ossos dentro.
O Sr. Fernando é dono de uma hospedaria no Alentejo. Oriundo de Seia, trocou a Beira pelo Alentejo e aí vive há muitos anos. O forte sotaque denuncia a sua origem, todos os ‘s’ são trocados por ‘x’. Continuamos a conversar sobre o tempo.
- Eu morava em frente ao mar, aquilo também não é fácil no Inverno por causa da humidade. Na minha rua, os carros estacionavam ao contrário para prevenir a corrosão da chapa. O termómetro não desce tão baixo, mesmo assim digo-lhe que há dias ou noites que também não são fáceis por aquelas bandas…
Despeço-me de boa noite. O dia foi longo e preciso de descansar. Subo as escadas, meto a chave na porta, rodo a maçaneta, entro no quarto, fecho a porta, pouso as chaves na mesa de cabeceira. Procuro imediatamente o comando do aquecimento e ponho no on. Vvvvvvvvvvvvvvvvv, faz a máquina, soprando um jacto de calor no quarto. Preparo a cama, tiro o cobertor de dentro do armário e as duas almofadas. Deito-me na cama ainda a tremer, depois de trocada a roupa. Acendo a televisão, faço um zapping pelos 4 insólitos canais portugueses, telenovelas e outra coisa qualquer, a tristeza de sempre, vou mas é dormir antes que deprima. Desligo a luz.
5 minutos depois - a porcaria do barulho do aquecedor e o corpo que não aquece, as almofadas são altas demais, tenho sede. Acendo a luz, desligo o aquecedor e bebo água por uma garrafa. Silêncio finalmente.
20 minutos depois – Porra, que não há maneira de aquecer. E por mais mossas que faça na almofada, esta não cede ao meu peso e intenção. Levanto-me, vou à casa-de-banho, saco as toalhas e decido que estas farão a vez da almofada. Ponho a fronha por cima para não sentir a textura do tecido.
50 minutos depois – Continuo a tremer de frio e a almofada substituta é dura. Puxo o cobertor para cima e coloco-o à altura da cabeça. Menos mal. No silêncio, distingo uma voz no quarto ao lado, provavelmente falando ao telefone. Não estou interessada na conversa mas percebo a palavra ‘5ª feira’. Ponho os dedos nos ouvidos, era o que mais me faltava prestar atenção a uma conversa que não é minha. Não sei como, finalmente adormeço.
3 horas depois – Acordo cheia de frio. Será o tal frio fininho de que falava o dono da hospedaria? E agora o que faço? Se puxo o cobertor que funciona de almofada não durmo por causa da almofada improvisada. Se acender o aquecimento não adormeço por causa do barulho. Vou fumar um cigarro enquanto decido, já acordei à mesma. Apanho o maço e o isqueiro e vou para casa-de-banho, ligo o extractor de fumo. Sento-me na retrete e penso. Penso que isto tudo é um disparate e que já devia estar a dormir há horas. Porque raio não adormeço? Não bastam as 3 horas mal dormidas no dia anterior? Não basta o que vi e ouvi hoje? Volto para a cama. Saco do meu último recurso. Deito-me de barriga para cima e aguardo o suave embalo do hipnótico: a cabeça teima em girar e girar e girar. 3 horas, depois volto a adormecer.
8:00 – toca o despertador. Desligo. Volta a tocar. Desligo. Volta a tocar. Desligo. Acordo em sobressalto, levanto-me de um pulo, tomo banho, arrumo tudo, saio do quarto e volto para o balcão onde me encostei na noite anterior. Aparece o Sr. Fernando.
- Dormiu bem?
- Bem… Sim, obrigada. Já tomei o pequeno almoço, mas tirava-me mais um café? É que demoro o meu tempo a acordar…
- E o quarto? Estava quente?
- Eeeeh... Sim. Por falar nisso, não tem por aí uns cobertores que já não lhe sirvam? É para as pessoas que vivem naqueles acampamentos de que lhe falei ontem.
- Acho que se arranja qualquer coisa.
- Obrigada.
Vou-me embora ainda a tremer. Não há cobertor ou calorífero que me valha. Estaciono o carro e vejo a Srª Maria Emília, que vem na minha direcção. Tiramos os resguardos do porta-bagagem. Sinto o cheiro das fogueiras ainda acesas desde a noite anterior. O sol espreita e amorna a planície alentejana. Dão-me um punhado de pevides e sento-me à soleira de uma porta. Os raios do sol batem-me no rosto e aqueço, finalmente.
Artigo 1º da Constituição portuguesa
16 dezembro 2006
Outras infâncias (I)
fotos F.M. Reis
Vivem debaixo de lonas, em diversas localidades do Alentejo, em condições infra-humanas. Exigem-lhes a presença na escola, sem reunirem as condições básicas para o fazer: casa, higiene, deslocação. Quando a GNR os expulsa dos acampamentos onde estão - à razão de 3 vezes por semana - torna-se praticamente impossível cumprir os acordos estabelecidos com a Segurança Social. Os apoios sociais são 'cortados'. Por quanto tempo mais vamos insistir na visão romântica dos 'filhos da estrada e do vento'? Somos todos cúmplices.
Maternidades
15 dezembro 2006
À porta do 1º esquerdo
Manhãs
14 dezembro 2006
Do comportamento público e privado
13 dezembro 2006
Colapso
Ainda o protesto ao Feira Nova
Li com atenção o seu mail ao qual passo a responder:
2. Nos mails que nos enviou verificámos que deu conhecimento do seu protesto contra a promoção dos produtos de limpeza do Hipermercado Feiranova, ao Instituto do Consumidor.
O IC é o organismo que recepciona e investiga as denúncias efectuadas por particulares, sendo também a este organismo que a CIDM, no âmbito das suas atribuições e competências envia, depois de devidamente analisadas, as denúncias que chegam ao seu conhecimento e que tal como a que nos transmitiu pareçam configurar situações em que é posta em causa a dignidade da mulher e a igualdade entre homens e mulheres.
3.Pelo referido, e dado que já transmitiu o seu protesto ao Instituto do Consumidor, aconselho-a a aguardar o resultado da investigação que vai ser efectuada, a qual terá sido desencadeada pela sua denúncia.
No entanto, e se assim o entender poderá fazer-nos chegar a documentação referente à citada promoção de produtos de limpeza, será a mesma analisada, e, de acordo com as atribuições e competências desta Comissão, consagradas no Decreto-Lei 166/91, de 9 de Maio, terá o encaminhamento adequado.
Com os melhores cumprimentos,
11 dezembro 2006
Recapitulação
Agenda cultural
Rua dos Bacalhoeiros 125 - 2º andar. Info: 218864891, bacalhoeiro@gmail.com
Pinochet morreu
Para elas, uma música de Ruben Blades, cantada por Maná.
09 dezembro 2006
Pesticidas no Lidér
08 dezembro 2006
O sentido do blogue
07 dezembro 2006
Mudar de vida
boa pergunta
- Entrevisto pessoas que vieram de outros países para saber como é a vida deles cá.
- E para que queres tu saber isso? Para que queres saber a vida das pessoas?
06 dezembro 2006
O que já sabiamos (de novo) escrito em relatório da ONU
o mundo paralelo
Cafeína
manhã de quarta-feira
E isto serve a quem?
A Case of You
Que querem, hoje deu-me para isto, é no que dá ler casos de amor... De um original de Joni Mitchell, a interpretação de Diana Krall. "I could drink a case of you darling /Still Id be on my feet/ Id still be on my feet".
Para o meu pai, que já cá não está para ouvir as minhas piadas, mesmo quando não têm graça.
05 dezembro 2006
Histórias de amor
O meu outro avô começou a namorar com a minha avó aos 18 anos, ela tinha 13. A minha bisavó desaprovou a coisa, porque havia muita gente na família dela com tuberculose, e considerava que a minha avó tinhas pulmões fracos o que poderia afectar os futuros filhos. Namoraram às escondidas durante muitos anos, até que os meus bisavós se habituaram à ideia e eles casaram.
Quando o filho mais velho teve uma primo-infecção a bisavó aproveitou para dizer “eu não te disse?” ao que o meu avô terá respondido “eu gosto muito dela, não a trocava por nenhuma do mundo”. A minha avó só soube disto depois de ele morrer.
Os meus pais conheceram-se num verão nos anos 60. O meu pai tentou fazer-se de interessante pondo-se num canto a fumar um cigarro com ar de matador, a minha mãe achou que ele era parvo. Quando ele finalmente perdeu a timidez e se sentou com ela a conversar nasceu o amor que haveria durar até à morte.
Pode-se racionalizar o amor de milhares de maneiras diferentes, justificar friamente porque é que gostamos de quem gostamos - mas isso só é possível depois de já estarmos apaixonados, quantas vezes ficamos frustrados por não gostarmos de quem aparentemente seria perfeito para nós e perdermos a cabeça por alguém que parece errado em todas as moléculas do seu ser.
04 dezembro 2006
03 dezembro 2006
Inclusão social, talvez um dia...
Estima-se que cerca de 10% da população da UE, num total aproximado de 38 milhões de pessoas (45 milhões na Europa dos 25), deve ser considerada como portadora de deficiência(...) Da categoria de pessoas com deficiência fazem parte todas as pessoas que, por atitudes, preconceitos e barreiras existentes na sociedade, são impedidas de usufruir das mesmas possibilidades que qualquer outra pessoa. Existem, por conseguinte, várias categorias e formas de deficiência que levam à constituição de um grupo inteiramente heterogéneo de pessoas com problemas motores, visuais, auditivos, mentais/cognitivos e psíquicos. As barreiras com que estas pessoas se vêem confrontadas na sociedade variam não apenas em função da sua deficiência como também da sua idade e género, localização geográfica e outros factores.
Hoje comemora-se o Dia das Pessoas com Deficiência e segundo o Publico e o DN de hoje, a Associação Portuguesa de Deficientes (APD) considera não haver "quaisquer razões para comemorar" tendo em conta a existência de "retrocessos consideráveis no processo de inclusão social". A APD afirma que "o panorama da situação actual e do futuro próximo não podia ser mais desolador", nomeadamente a nível da educação, do emprego, das prestações sociais e das barreiras físicas e de informação nas ruas e nos edifícios públicos. A associação critica igualmente "o fim anunciado dos benefícios fiscais", previsto no Orçamento de Estado para 2007, que se prevê abranger 39 mil pessoas, alegando que "muitos trabalhadores com deficiência não serão capazes de fazer face às despesas que decorrem das desvantagens sociais que enfrentam".
A panóplia de deficiências é ampla e qualquer um de nós pode ser afectado. Custa-me pensar nisto e no quão afastados estamos ainda de uma verdadeira inclusão social. Talvez um dia deixemos de olhar a deficiência com tanto medo ou vergonha e aprendamos a relacionarmo-nos com ela de uma forma mais tranquila e propositiva. E talvez um dia os programas de Governo se preocupem mais em aumentar e não em diminuir as oportunidades das pessoas com deficiência para que estas, e as suas familias, possam viver em condições de dignidade e sem discriminação.
Auxiliai-me
02 dezembro 2006
Target: USA
01 dezembro 2006
Arte em mim
O caso é que ao reparar numas manchas de sangue não esperadas durante actividade na retrete, decidi virar-me para trás e abrir as bochechas do rabo. O que vi deixou-me traumatizada. Descobri que tenho pêlos, mas não são assim uns pelinhos ou uma penugem, são pêlos mesmo, pretos e compridos, para aí de 4 cm. Um horror. Percebi que de facto aquilo que nos separa dos chimpazés não pode ser muito mais que um gene ou dois.
O que significa que para além de depilar as pernas, as virilhas, as axilas, o buço e as sobrancelhas agora terei também de me pôr de 4 e deixar que me espalhem cera quente no rêgo, seguido do horripilante puxão rápido para acabar com o triste espectáculo.
É que desde que me mandaram as fotografias da nova exposição de Serralves fiquei mais sensibilizada para a estética do fundo do rabo
30 novembro 2006
Caderneta de cromos
Alguém tem cromos para a troca?
29 novembro 2006
All I need is a chip and a seat
Dr. House
28 novembro 2006
Naba
A alma d@s portugues@s
Excursões
Eu e as compras
27 novembro 2006
Quarteto, Alt(m)amente
Fui ontem ao cinema Quarteto, ver o o último filme de Robert Altman (que teve a 'má ideia' de morrer no dia 21 deste mês), A Prairie Home Companion. Gostei do filme e recomendo-o: Meryl Streep faz um papel notável, canta bem que se farta, há uma dupla de cowboys hilariante. Já para não falar em Kevin Kline, perfeito no papel que lhe coube. Não me estico mais em apreciações, não sou crítica de cinema nem nada que se pareça.
Atrofio de final de dia
26 novembro 2006
Morreu o Mário, Viva o Mário
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
(Para o Mattia)
O Ar do Lisboeta
24 novembro 2006
O meu gato era assim
Como dar um comprimido a um gato
23 novembro 2006
Ao lado
22 novembro 2006
A amizade é a coisa mai' linda
esclarecimento por correio electrónico
a apoplexia do silêncio
perguntas
(bem me parecia que não era boa ideia ter um cartaz do PREC na sala)
21 novembro 2006
Maniqueísmos informáticos
(se são bons, porque é que são bloquedos se o nível de segurança é médio alto?
se são maus, porque é que os tenho de aceitar para ver os mails?)
A verdade da mentira
20 novembro 2006
Sim, pelo direito à vida
Mas pela importância do tema também não quero deixar passar em branco esta fase pré-referendo, por isso vou contar a minha vivência pessoal.
Há mais de dez anos atrás fiquei grávida, tinha vinte e poucos anos, ainda não tinha acabado o meu curso, andava louca de amores por um homem muito especial, mas casado, com filhos e mulher. Naqueles arrebatos de loucura desenfreada e de sexo místico, uma das noites achei que o preservativo era desnecessário, que nada nos iria passar a nós, ao nosso amor protegido pelos deuses. Acho que quando se é jovem pensa-se que se é imortal e incólume aos males dos mundo, o mundo é hoje e agora e o amanhã nada passará. Resultado, teste da gravidez positivo. O mundo desabou, ainda tentei durante uns dias fazer de conta que não era nada comigo mas não foi possível, andava num tal estado de elevação, parecia que pairava no ar, e ele adivinhou o que me estava a passar sem que eu o dissesse. Ainda sonhámos durante uns dias em como seria se tivéssemos o bebé, se fosse uma menina, pois ele só tinha rapazes com a sua mulher, em como contaríamos à minha família (os meus pais) e à sua (mulher e filhos) da nossa alegria e da nova criança que aí estava para vir e que queríamos que fosse amada por todos. Enfim, sonhámos e iludi-me por um tempo, até que de repente tive um ataque de realidade e pensei em tudo aquilo que ainda queria fazer, na minha ânsia de descobrir o mundo, a mim, de liberdade, de viajar, nas possibilidades reais da nossa relação. E é aí que ele me diz Tu é que sabes, eu faço o que tu quiseres fazer... Esta frase foi crucial na minha decisão, não foi claro o único factor mas fez-me cá dentro um click, um aperto no peito. Então e ele, qual é que era o papel que ele estava disposto a assumir e a dar, qual era a sua vontade, apenas um reflexo da minha? Acho que começou aí o meu desamor por ele que ainda mais confirmava a minha decisão.
E através de uma amiga que tinha uma amiga que sabia de uma médica que fazia anjinhos, como dizia a minha avó que era sábia e que já tinha passado pelo mesmo, lá fui, determinada a fazer o que tinha que ser feito acompanhada por duas amigas. A última coisa que vi antes de entrar para a sala foi a Serenela Andrade a dizer que alguém tinha ficado alapardado, em vez de apardalado, e isso foi o mote para ter um ataque de riso, como sempre acontece quando fico muito nervosa ou tensa com alguma coisa.
19 novembro 2006
O melhor dos anos 80
Aliás, O plurão dos animãos, melhor, o plurãe dos animães, ou ainda, o pluril dos animões. Um pouco de gramática nunca fez mal nenhum a ninguém. Por isso, chamamos a atenção ao ouvinte inteligente, para o plural dos mamíferos.
Note que, se o plural de chacal é chacais, o plural de cavalos poderia ser cavais. Mas não é - é cavalos. Nesse caso, o plural de leão deveria ser leálos. Mas não é - é leões. Logo, o plural de cão, poderia ser cões. Mas, mais uma vez, não é - é cães. Então, o plural de leão poderia ser leães ou leais. Mas é leões, como já vimos. Nesse caso, o plural de chacal deveria ser chacões, ou chacães ou chacálos - mas é chacais. Vai daí, o plural de cão, deveria ser cais, ou cãos, ou mesmo calos.
E chegou a altura de entrarmos em linha de conta com a noção de conjunto, para tentar facilitar as coisas. Sabe-se que um conjunto de porcos é uma vara. Nesse caso, um conjunto de touros deveria ser uma tara. Mas não é - é uma manada. Então, um conjunto de camelos deveria ser uma camada, mas é uma cáfila. Então, um conjunto de lobos deveria uma lófila, mas é uma alcateia. Pelo que um conjunto de cães poderia ser uma caneia - mas é uma matilha. De onde se deduz que um conjunto de bestas deveria ser uma bestilha - mas é uma récua.
Como se vê, esta história do plural dos mamíferos tem muito que se lhe diga. No entanto, no que respeita ao homem - que, como se sabe, também é um mamífero - as coisas são muito mais fáceis. Assim, o plural de homem pode ser homens, gajos, tipos, fulanos, ou mesmo filhos da mãe. No mesmo sentido, um conjunto de homens pode ser um grupo, uma manada, uma cáfila, um bando, uma quadrilha, um pelotão, uma companhia, uma cambada,, uma maralha, uma multidão, uma manifestação, um monte, uma molhada, um ajuntamento, uma concentração ou ainda uma mole imensa.
*texto publicado na revista PÃO COM MANTEIGA, N5, Outubro de 1981