05 junho 2006

A Perda de mim

Perdi-me algures… Morro um pouco todos os dias. Todos morremos, eu sei! O problema é que o sinto, lentamente, como se o ar se esvaísse...

O meu coração terá avariado? As eternas divagações do problema que julgamos sem solução, o problema que nunca se vai resolver, mas que também não mata de uma só vez. Todos os dias amo menos, sinto menos, sofro menos…

Ontem apreciei a noite de rostos de incógnitos e música no ar, os copos sobre a mesa e o prazer das companhias e pensei em ti, na cumplicidade, tu ias ler o meu olhar, tu ias decifrar a minha expressão, podes libertar esse meu manual de instruções? Já não te faz falta, faz-me a mim… Perdi-me algures…

Não consegui preencher os silêncios que inundavam este meu espaço infinito de palavras sem voz… Mas tu ouviste não ouviste? Tu sabias ouvir o meu silêncio… Eu sei… Eram urgentes as palavras… Eu sei…

Numa certa altura dá-se tudo desde que não se dê a intimidade, a privacidade a entrega. Desde que não se revelem as coisas que nos aceleram o coração, que nos façam sentir…Mas… eu senti, às vezes não sei se tu alguma vez soubeste o quanto senti e o quanto ressenti por não ter tido a coragem de ecoar-te palavras… Perdi-me algures…

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