04 junho 2006

rock in rio da minha janela

Ouve-se o rock in rio em minha casa. Não é muito perto, mas basta que o vento venha de sul para que se oiça aqui, entra pelas janelas adentro.

Neste momento estão a passar os Blur com uma batida techno (ainda se diz assim?). Mais cedo foram os Da weasel, ouviu-se o retratamento com uma limpeza. E grátis.

Do outro lado da minha casa há uma escola primária. Para comemorar o dia da criança puseram a malta toda no recreio e música aos berros. Não entendi se era uma estratégia para amolecer as criaturas, mas é no mínimo estranho ver um pátio cheio de miudos a brincarem ao som do "una mano en la cintura, un movimiento sexy, un movimiento sexy, ahora impieza a menear!"

Enquanto tentava abstrair-me para continuar a trabalhar, a afastar pensamentos de belgas e casas pias, mudaram a música. Desta foi "suavemente besame, quiero sentir tus labios besandome otra vez". Achei que era pessoal. Saí de casa e só voltei no fim de semana, sabendo que aí o unico barulho que me poderia incomodar seria o dos pombos.

Os pombos são dos animais mais nojentos que conheço. Pensei em lançar o boato que a gripe das aves teria já entrado em Portugal, tendo sido detectado num dos ditos bichos o famigerado H5N1 - achei que seria o suficiente para levar à exterminação compulsiva dos ratos alados que infestam a cidade de Lisboa. No entanto alguém me disse que seria possível causar o pânico na cidade, o que nem por isso me demoveu. Fez-me sentir que poderia ser elevada à categoria de Orson Welles portuguesa, que é no mínimo um elogio do caraças. Ainda estou a pensar no assunto. Se ouvirem falar numa notícia que se assemelhe a qualquer coisa que acabei de escrever, cuja fonte foi oitoecoisa (nome fictício), sorriam e não se preocupem. Quer dizer que estive a trabalhar para o bem comum.

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