16 junho 2006

Quem me dera ser um átomo


Os átomos não morrem. Ainda andam por aqui os mesmos que apareceram desde o início dos tempos.

Se calhar um dos que está na ponta do meu dedo indicador fez parte do baço de um dinossauro, do sistema digestivo de um mamute, da ponta de uma antena de uma barata, da segunda pétala a contar da esquerda de um malmequer, da asa direita de uma abelha, dum pelo na orelha de uma vaca, da tira de couro do cinto de Viriato, de uma ponte em Abrantes, de uma pedra no rio Tejo, de uma Lampreia, da barriga da minha avó, dos ovários da minha mãe. E agora estou a olhar para ele.

7 comentários:

Anónimo disse...

Temos pena, sinceramente temos pena, mas tem mesmo que ser (I hate breaking the new like that)

Os átomos morrem, de causas naturais e não só. Não é muito natural apanhar com um bombardeamento de partículas no toutiço (bumba bumba no toutiço como dizia a guidinha).

Ainda por cima há os que morrem de velhice bem velhinha (para cima de um ror de milhões de anos) e os que não aguentam nem sequer uns cagasésimos de segundo (que como toda a gente sabe é um nico de tempo, assim quase que nem se dá por ele)

Além disso, os teus, e os meus, e os de toda a gente que lê este blogue e os de toda a gente que o não vê (creio ter resumido aqui o meu entendimento do mundo) nascem, são criados...hint (matéria <=> energia)

só mais uma coisa : o "name" não é gralha

Anónimo disse...

Estou a olhar para um átomo e atiro-lhe assim de repente : "Ouve lá ó meu safado, onde é que tu estavas no 25 de Abril ?"

Anónimo disse...

lá vem a ciência interferir com a literatura... Mas pronto ficamos a saber que há átomos que morrem mas este para o qual eu estou a olhar neste momento não morreu e veio desde os dinossaurios, passou pelo 25 do baril e chegou até hoje, aqui, ao meu dedo.

8 e coisa 9 e tal disse...

Bom, bom, bom.

Consegui pôr as mentes cientificas a porem o dedo no ar. Não está mal.

Da breve pesquisa e consulta que fiz sobre o tema sei que a MAIORIA não leva com os bumba bumbas nem se fundem nem fissam nem escaqueiram.

Mas pelos vistos os nossos leitores gostam das imensas minorias. E não ligam nenhuma à liberdade poética. Vá se lá saber porquê.

Um bem haja ao grande Baptista Bastos, criador da pergunta mais famosa de Portugal.~

sete e picos, somos uma. cqd

Anónimo disse...

Vivam as inquietações que nascem numa manhã de domingo e acabam partilhadas no oito e coisa nove e tal.

Anónimo disse...

ó senhor pirata, desculpe-me a pergunta, porque é que ficar para tia tem de ser sinónimo de ficar a bater mal da bola? você acredita verdadeiramente que o casamento é liberdade de saúde mental?

Anónimo disse...

é verdade senhor pirata, não tem necessária relação de causa e efeito, estou de acordo consigo.

e de facto é estranho, a uma mulher que não casa diz-se que fica para tia e até pode chegar à loucura, um homem que não casa é visto como alguém que manteve a sua liberdade. O casamento é de facto algo a que aderimos mas que de alguma forma associamos a uma perda de liberdade (acho que estou a ter um deja vu, isto faz-me lembrar outras postas).

bem, bô note pa todos e todas.