19 junho 2006

A propósito de situações embaraçosas...

Queria oferecer-lhe algo diferente. Que fosse inesquecível. Olhou em redor. Ali estava a câmara de filmar a olhar para si. Era isso mesmo. Decidiu num ápice, num daqueles raros momentos de genialidade em que nos conseguimos vislumbrar maiores do que certamente somos. Afinal, um aniversário era uma coisa importante. Decidiu que filmar-se a si própria a fazer um strip seria uma experiência única que, com sorte, lhe proporcionaria uma longa noite de amor ardente.
Montou prontamente o cenário todo, ligou cabos, inseriu cassete, alinhou enquadramentos, tudo perfeito. Tudo perfeito, não fosse, claro, estar em fase pré-menstrual o que acontece sempre nas alturas mais pertinentes...
Isto, este pequeníssimo pormenor, caso estejam com uma ideia destas na cabeça, deixem que vos diga, torna as coisas um bocadinho diferentes. A sexualidade é, realmente, um bicho autónomo. E não pode ser dominado, minhas amigas. Senão, caso também se encontrem em fase pré-menstrual - ou noutra qualquer - tentem os seguintes exercícios e comparem os resultados:
1) Tentar rebolar as ancas sensualmente, para trás, frente e lados sem que se note que a vossa barriga parece uma bola de futebol grávida de gémeos.
2) Tentar encolhê-la o mais possível sem ficar roxa de falta de ar e ao mesmo tempo, mantendo o equilíbrio sem cair para trás. Caso isso aconteça, tentar sempre cair com a mesma elegância duma sereia que vai mergulhar.
3) Tentar aquele ar fresquíssimo e sedutor num olhar matador com as pálpebras do tamanho de bolas de golf, enquanto suportam a dor de cabeça monstruosa carregadas de analgésicos.
4) Tentar não fazer os lábios de charroco da Sofia Aparício durante duas horas, nem passar demasiado os dedos pela boca como se fossem o Martini man. Esta regra deixa de ser aplicável a partir do dia em que aparecer alguma Martini woman.
5) Tentar passar a mão sensualmente pelos cabelos para que eles pareçam cair selvagens pela cara sem engolir nenhum e se sim, tentar manter um sorriso de Mona Lisa e esperar que o cabelo não nos mate de asfixia porque dá muito trabalho parar a cassete e recomeçar daquele ponto.
6) Na falta duma trave de strip instalada no quarto - como é o meu caso - tentar fazer todos os malabarismos alternativos de forma sensual sem tropeçar nos próprios pés, pernas e - sobretudo - tentar não arranjar nenhuma rotura de ligamentos em qualquer dos membros, pensando serem a Natalia Navratilova.
Bem, caras amigas, a verdade crua e nua (literalmente nua) é que isto do strip tem que se lhe diga. Os resultados da minha sessão foram, como seria de esperar, desastrosos na falta de "pior termo". Ia partindo uma perna, a cabeça na parede enquanto a lançava eroticamente para trás, ia morrendo com um cabelo enfiado na garganta, quase fazia uma rotura de ligamentos no braço quando inesperadamente se resolveu prender atrás das minhas costas ao deslizar em grande estilo da posição de pé para sentada e ainda tinha os lábios dormentes duas horas depois de acabar as filmagens, tudo isto sentindo-me ao longo de todo o processo não mais que uma cachalote a ser documentada para a National Geographic.
Bem-hajam os softwares de edição de imagem que permitem sombrear, escortanhar, apagar e fazer dum filme de série B uma produção digna do canal Playboy. E bendito o meu homem que me aceita assim como sou, trapalhona e tudo, e que ainda me diz que estava linda e me proporciona na mesma a tal noite ardente. Enfim, todas temos direito a uma mercy fuck de quando em vez...

9 comentários:

Anónimo disse...

Viva a diversidade.

Eu cá como síndrome pré menstrual apenas me visita a borbulha mensal no queixo, disfarçada com a manobra de diversão do decote. Costuma funcionar - só as gajas e os meus primos notam que ela lá está (a borbulha, evidentemente).

Anónimo disse...

sai um lexotan para o pirata do canto

Anónimo disse...

D. ESTER SAID: "ALTO E PÁRA O BAILE"

Anónimo disse...

Benditos os homens que conseguem ver mais além dos estereótipos. Saravah aos homens que nos amam como somos.

Anónimo disse...

Quem será este tipo que entope caixas de comentários como quem respira?

Anónimo disse...

Podes crer. Mesmo quando estamos com TPM. Great blessing!

Anónimo disse...

oxála o strip pudesse ser sempre feito assim, por gosto e fantasia, e não por uma necessidade para conseguir angariar dinheiro para viver, para alimentar a familia.

vivóstripagozar

João Oliveira Santos disse...

Ao tal pirata-vermelho já lhe ocorreu outra coisa que não a blogorreia. Corrige, interroga, discute chiça! E depois deve ser parentela de deus porque está em todo o lado! Adiante. Opá, oito e tal, vale pela ideia! Giro, essa coisa de nos metermos na cabeça do outro. Então e para quando assim uma curta de uma mercy qualquercoisa ou mesmo de uma sem mercy nenhuma?

sem-se-ver disse...

:-)))

pelo post e pela tareia que um certo comentarista apanhou aqui.

abraço, voltarei (já cá tinha estado, aliás).